AVEIRO É EXEMPLO PARA O PAÍS

Os comandos de todas as corporações de bombeiros do distrito de Aveiro reuniram, no último sábado, em Anadia, onde fizeram um balanço extremamente positivo da época de incêndios florestais deste ano e começaram já a preparar o próximo Verão de 2005.

O encontro de trabalho, que decorreu no quartel dos Bombeiros Voluntários de Anadia, contou ainda com a presença de José Manuel Leão, Governador Civil de Aveiro, António Machado, coordenador distrital do SNBPC (Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil) e António Antunes, vice-presidente do SNBPC que fez um balanço extremamente positivo do trabalho que tem sido realizado no distrito de Aveiro, sublinhando o “sucesso de uma equipa coesa, com espírito crítico”.

Menos incêndios, menos área ardida

“Este ano tivemos cerca de 10% de incêndios a menos, bem como menos de um quinto de área ardida comparativamente a 2003”, avançou, no final do encontro de trabalho, António Antunes à comunicação social. Uma situação que, na sua opinião, se fica a dever “a uma intervenção rápida e eficaz dos meios disponíveis”.

De resto, para o vice-presidente do SNB “o distrito de Aveiro é um dos melhores do país em matéria de espírito e trabalho de equipa”, não deixando também de considerar Aveiro “um distrito bem servido de equipamento”, pese embora o facto de “todos os anos, haver muito desgaste, sobretudo quando as viaturas são obrigadas a grandes deslocações para fora do distrito”, garantindo ainda que “em 2005, é necessário haver um reforço de meios materiais e aéreos”, uma situação que levou o SNB a solicitar seis milhões de euros no PIDDAC para 2005.

Uma verba que reconhece ser elevada, mas necessária, uma vez que “é preciso haver compensações financeiras para as viaturas que se danificaram ou perderam em incêndios”.

Grande capacidade de mobilização e intervenção

Para António Machado, coordenador do SNB distrital, a época florestal de 2004 teve “muitos bons índices em todo o distrito”, ou seja “no distrito de Aveiro, houve uma grande capacidade de mobilização e intervenção”, já que, como referiu, “os índices hectar/fogo foram na ordem do 0.4”, demonstrativo da rápida intervenção das corporações.

Segundo este responsável, o distrito de Aveiro é um exemplo para o país até porque tendo em conta que “tivemos as mesmas condições que os outros distritos, as mesmas temperaturas, humidade e vento” o distrito “teve grande capacidade interventiva” “graças à grande disponibilidade dos recursos humanos e materiais”. Todavia acrescentaria ainda que este encontro “para além de permitir fazer um balanço positivo, serviu para começar a trabalhar no próximo ano”, já que é necessário melhorar matérias como “melhor responsabilização, cumprimento de leis, que estão feitas, melhor e mais rápida detecção, e mais trabalho por parte das autarquias, sobretudo daquelas com mais responsabilidade florestal”.

Mais pontos de água e mais recursos humanos e materiais

José Manuel Leão não deixaria também de considerar que “o distrito tem o privilégio de ter um conjunto de corporações e coordenação que formam uma equipa ímpar” e “reconhecida a nível nacional”.

Reconhecendo que, em matéria de recursos humanos e materiais, “o distrito se encontra bem fornecido”, embora tenham sido detectadas três deficiências (Vale Cambra, que já teve resposta com a chegada de uma viatura de combate a fogos; Mealhada que necessita de um auto-tanque que poderá chegar até final do ano, e Arrifana que precisa de uma viatura de desencarceramento).

Sobre o próximo ano, José Manuel Leão revelou as conclusões de um estudo para detectar pontos fracos, ao nível de abastecimento e de meios aéreos de combate a fogos florestais, que detectou a necessidade de, até ao Verão de 2005, construir 13 pontos de água em seis concelhos do distrito: Mealhada, Anadia, Águeda (2), Oliveira do Bairro, Sever do Vouga e Vale Cambra que poderão ser comparticipadas até 70% pelo poder central.

Este responsável realçaria ainda a assinatura (na penúltima segunda-feira, no Governo Civil de Aveiro) de oito protocolos entre autarquias e a Agência Nacional para os Fogos. Protocolos que visam dotar as Câmaras Municipais de técnicos para trabalhar na área da prevenção, avançando ainda este responsável que “o objectivo do Governo Civil passa por estender este tipo de protocolos aos 15 municípios que integram o distrito.”

Catarina Cerca
Diário de Aveiro



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