TRANSPORTES URBANOS EM GREVE

Os trabalhadores dos transportes urbanos de Aveiro iniciam hoje uma greve às primeiras duas horas laborais, que se vai prolongar até ao dia 10, em protesto contra a criação da empresa municipal de mobilidade.

A greve, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), levou a administração dos Serviços Municipalizados de Aveiro a criar um sistema de carreiras alternativas para assegurar os transportes escolares.

Os trabalhadores em greve discordam da sua integração na empresa municipal de mobilidade, que a câmara pretende criar para fazer a gestão integrada dos autocarros urbanos, das carreiras fluviais para S. Jacinto, das bicicletas de utilização gratuita e dos parques de estacionamento.

A criação da empresa, aprovada já pela assembleia municipal, é justificada pela necessidade de racionalizar a gestão dos Serviços Municipalizados de Aveiro, actualmente responsáveis pela gestão da água, saneamento e transportes.

"Sendo áreas de actividade tão diferentes, verifica- se que a sua gestão comum tem revelado dificuldades acrescidas no desenvolvimento de cada uma dessas valências", sustenta o executivo municipal.

O STAL, que convocou a greve, considera que essa transformação pode prejudicar o futuro dos 110 trabalhadores, enquanto o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública veio publicamente considerar o recurso à greve "precipitado".

O conselho de administração dos Serviços Municipalizados, em esclarecimento público, refere que "em todas as fases da constituição da empresa, desde o estudo económico até à decisão, foram efectuadas reuniões de trabalho com os representantes dos trabalhadores para o esclarecimento da criação da empresa municipal, nomeadamente no que se refere à garantia da estabilidade contratual, ou seja, os trabalhadores mantêm todos os direitos inerentes ao lugar de origem".

Apesar dessa garantia, o STAL não retirou o pré- aviso da greve, que vai afectar as duas horas iniciais de cada jornada laboral e a prestação de horas extraordinárias.
Diário de Aveiro



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