O presidente da Câmara de Ílhavo lamenta a venda e a deslocalização do Santa Maria Manuela para Lisboa mas diz que em primeiro lugar está a sustentabilidade da empresa que foi responsável pela recuperação.
Fernando Caçoilo falou sobre o tema na apresentação do documentário “Nos mares da memória” para dizer que a empresa Pascoal e Filhos não se teria desfeito da embarcação se essa não fosse a única via possível para salvaguardar a empresa.
O autarca referiu-se, ainda, ao Argus para dizer que só com um esforço coletivo será possível fazer algo por esse património que espera recuperação. A única certeza do autarca é que estejam onde estiverem os navios da pesca à linha serão sempre símbolo da cultura ilhavense (com áudio).
O autarca falou ainda sobre achados subaquáticos descobertos junto à ponte da Barra e que estão depositados em Lisboa. Assume negociações para fazer regressar esse património a Ílhavo. “somos parte interessada nesse espólio descoberto junto à ponte da Barra. Temos negociações no sentido de recuperar esse espólio. Já manifestamos vontade clara de o receber porque faz parte da nossa ria e é aqui que tem que estar”.
O encontro do fim de semana fica marcado pelas memórias de familiares de construtores navais que marcaram o século XX na Gafanha da Nazaré. Familiares de mestre Mónica e mestre Benjamim Mónica falaram, com nostalgia, desses tempos em que a economia era vibrante pela pujança da pesca.
“Os 10 anos que recordo do meu avô foram os melhores anos da minha vida. Todos íamos ao bota-abaixo porque havia muita gente a assistir. Não tenho palavras. Estou emocionada porque falo de uma pessoa extraordinária”. “Dá uma certa angústia recordar esses tempos em que a Gafanha era a grande Gafanha. A grandiosidade dos bota-abaixo. As grandes figuras do Ministério da Marinha juntavam-se aqui. Era um grande espetáculo”, referiram filha e neta de construtores da família Mónica.
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