O projeto é inovador na região e a viatura já circula pelas freguesias do concelho de Anadia. O objetivo é tornar os serviços de reabilitação mais próximos de quem precisa, ou seja, da comunidade em geral.
A Clínica de Reabilitação Móvel é um projeto da fisioterapeuta e gerente Marlene Rosa e de duas colegas, Maritza Dias e Magui Simões.
O projeto dá os primeiros passos no concelho de Anadia já que só dispõem de uma carrinha, mas no futuro a vontade é alargá-lo ao concelho vizinho de Oliveira do Bairro.
“Conheço bem a população deste concelho e as suas necessidades. Temos uma população muito envelhecida e algumas freguesias são grandes e estão afastadas da sede do concelho”, explicou Marlene Rosa, que sublinha: “fazia todo o sentido um projeto desta natureza no concelho e que vai ao encontro de quem dele necessita.”
Um projeto que nasce de uma parceria com as Juntas de Freguesia e com as IPSS’s locais. “Fizemos reuniões com as instituições para agilizar um horário semanal. No caso das IPSS’s que não dispõem de serviço de reabilitação, estacionamos junto a essas IPSS’s para responder às necessidades da população que está na instituição e da comunidade em geral. No outros locais, estacionamos em locais mais centrais”, avança.
Marlene Rosa destaca ainda o facto deste ser um modelo de serviço muito familiar, que estabelece uma relação muito pessoal: “vimos até perto das casas das pessoas, mantendo um plano de rastreio de condição de saúde constante. É por aqui que vamos estabelecer a diferença. Vamos ainda ter um calendário e em cada mês vamos rastrear uma situação de saúde.”
Quem estiver interessado em fazer uma consulta ou tratamento de fisioterapia pode conferir no quadro ao lado o horário semanal e os locais onde a clínica móvel(homologada como consultório médico) vai estar. Os tratamentos de fisioterapia têm um custo de 15 euros e as consultas de 30 euros. Neste espaço é possível ainda realizar consultas de especialidade: da dor, do equilíbrio, da postura e consulta do pé.
Com doutoramento na área e com um já longo trabalho na comunidade, Marlene Rosa conhece bem as limitações que existem no SNS que o impedem de chegar a toda a população: “na área da reabilitação e do doente crónico, o SNS tem um plano de reabilitação muito limitado, com curtos períodos de tempo, listas de espera enormes. Logo, tudo o que seja doente crónico e população geriátrica fica aquém daquilo que o quadro de saúde desses grupos necessita. Estão mais desprotegidos”. Condições de saúde que, a seu ver, precisam de maior acompanhamento, de ser bem programado no tempo, com duração mais longa e monitorização constante. Neste sentido, surge este projeto com o objetivo de acompanhar a saúde de todos os grupos etários da população que está mais longe dos serviços nesta área: “nós deslocalizamo-nos. Vamos ter com a população”. Marcações e esclarecimentos em 938 918 916 ou 968 918 915 e em www.reab.pt.
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Diário de Aveiro |