“AS PRINCIPAIS INTERVENÇÕES QUE IRIAM UNIR AS OBRAS POLIS AINDA ESTÃO POR REALIZAR” - JOAQUIM BATISTA SOBRE O DESASSOREAMENTO DA RIA.

Os Presidentes das Câmaras de Ovar, Estarreja e Murtosa defendem o desassoreamento da Ria de Aveiro complementado com uma intervenção na regulação dos caudais. Anunciando que estão unidos e não vão desistir enquanto não conseguirem, acreditando que é possível realizar este projeto regional, “bastando que haja vontade política e visão estratégica”.

Esta posição foi tornada pública, ontem à noite, durante uma mesa redonda sobre o tema “Turismo de Desenvolvimento Local: A Construção de Alianças Estratégicas”, organizada no âmbito do programa do dia mundial do Turismo, que este ano foi celebrado em conjunto pelos três municípios vizinhos.

Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, reafirmando que o Turismo é uma aposta estratégica deste novo paradigma autárquico e que a ria é elemento central. “Desejamos a intervenção de desassoreamento da Ria de Aveiro, que já terá financiamento garantido, mas todos sabemos que, após a intervenção, nas áreas limite, como é o caso do Carregal, teremos maior amplitude de marés, mais erosão, mais invasão de terrenos agrícolas em preia-mar e menos condições de navegabilidade em baixa-mar. Temos marinas e cais muito bonitos, mas não podemos perspetivar excelentes produtos turísticos se não tivermos um espelho de água constante”.

Acrescentando que “essa é a razão pela qual defendemos que  a operação de desassoreamento da Ria de Aveiro tem que ser complementada com uma intervenção de regulação de caudais. Será uma batalha, mas não vamos desistir enquanto não conseguirmos a regulação de caudais. Olhamos para a Ria com um sentimento de pertença. O futuro de Ovar passa pela Ria. Pretendemos devolver a Ria a Ovar e à região”.

O presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Joaquim Baptista, recordou que “o Polis Ria de Aveiro, foi o primeiro pensamento estratégico sobre a Ria de Aveiro, na ótica da sua promoção territorial. Infelizmente o que foi concretizado foi um conjunto de obras simpáticas, mas desgarradas, porque as principais intervenções, que iriam unir estas obras, ainda estão por realizar”.

O autarca foi ainda mais longe, criticando que “há um conjunto de vicissitudes, nomeadamente a carga administrativo-jurídica sobre os nossos territórios, que nos obriga a uma magistratura de mendicidade, exercida junto da administração central, onde andamos constantemente de mão estendida, à espera que alguém compreenda os nossos desígnios estratégicos e nos permita concretizar os muitos projetos que ambicionamos”.

Referiu ainda que esta realidade só poderá ter uma alteração “positiva e substancial” com uma verdadeira delegação de competências que confira à Região da Ria autonomia administrativa e financeira sobre o território.

Sobre a realização conjunta de um programa para o Dia Mundial do Turismo, Diamantino Sabina, presidente da Câmara Municipal de Estarreja, revelou que “ é muito pouco o que nos separa. São apenas alguns quilómetros de distância e temos como denominador comum: a Ria de Aveiro”. Não esquecendo o atual problema da Ria, o edil de Estarreja referiu a implementação de projetos no seu território que visam potenciar a Ria, como o BioRia e o BioRace.

“E como o tempo do orgulhosamente sós já acabou”, os três autarcas mostraram-se satisfeitos com esta parceria, que resultou numa profícua partilha de experiências, união de esforços e comunhão de opiniões, garantindo novas parcerias e sinergias no futuro.

 


Diário de Aveiro


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