ENCERRAMENTO DE 34 EXTENSÕES DE SAÚDE |
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O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, Fernando Andrade, defendeu o encerramento de 34 extensões de saúde que servem menos de 100 utentes.
Fernando Andrade justificou a opção pelo encerramento com a falta de qualidade dos cuidados primários de saúde prestados nessas extensões, a maior parte das quais (18) se situam na Sub-Região de Saúde de Coimbra.
Nas unidades descentralizadas que atendem menos de uma centena de pessoas, onde um médico se desloca uma vez por semana, num período de duas horas, o serviço prestado quase se resume a "fazer só medicina curativa ou passar receitas", disse.
Por outro lado, segundo o presidente da ARS Centro, este tipo de trabalho "não é profissionalmente estimulante" para os médicos.
Fernando Andrade falava aos jornalistas, no âmbito de uma reunião com os directores dos 109 centros de saúde da Região Centro e a Estrutura de Missão de Cuidados de Saúde Primários da ARS, realizada em Coimbra, no contexto da reforma em curso dos cuidados de saúde primários.
"Queremos dar qualidade àquilo que fazemos. Nestes casos, damos às pessoas uma falsa segurança", disse.
Fernando Andrade disse que outras 66 extensões de saúde com reduzido número de utentes foram, entretanto, encerradas, metade das quais na Sub-Região de Viseu e uma dezena em Coimbra.
O responsável explicou, no entanto, que as 34 unidades que deseja extinguir só encerrarão depois de avaliadas as situações caso a caso, devendo para o efeito ser ouvidas as juntas de freguesia.
"O encerramento não pode ser uma decisão apenas administrativa e temos que encontrar soluções alternativas", afirmou.
Fernando Andrade defendeu igualmente a valorização dos centros de saúde, frisando que os utentes devem privilegiar o recurso aos cuidados de saúde nestes locais e evitar deslocações aos hospitais.
"Sem este trabalho, o Serviço Nacional de Saúde não tem qualquer possibilidade de sobreviver", advertiu.
Diário de Aveiro |
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