Foram 107, os voluntários que, no último sábado, dia 23, responderam afirmativamente ao repto lançado pela Câmara Municipal de Anadia para ajudar na limpeza do Parque das Termas da Curia.
Uma iniciativa inédita e sem precedentes no concelho que juntou, a partir das 7h30, no Parque das Termas da Curia, muitas dezenas de voluntários para levar a cabo um trabalho de limpeza de caráter solidário.
A operação envolveu a Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escuteiros e Bombeiros Voluntários de Anadia. A estes juntaram-se muitos mais voluntários, entre os quais vereadores e deputados da assembleia municipal.
A importância desta intervenção prende-se com o momento delicado que a Sociedade das Águas da Curia atravessa (processo de insolvência), e pelo facto do seu património estar nas mãos de uma entidade gestora, que procura agora dar uma nova vida ao parque e edifícios termais.
“Câmara quer defender e preservar este espaço”. A edil Teresa Cardoso que, desde a primeira hora abraçou o projeto, arregaçou as mangas e a par de todos os voluntários passou o dia a varrer, limpar, apanhar ramos e folhas, enfim na árdua tarefa de devolver ao Parque da Curia a beleza e encanto de outros tempos. Por isso, disse que o número de voluntários não surpreende e mostrou-se, em nome do município, muito satisfeita e grata por poder contar com tantos voluntários que responderam ao apelo por si lançado dias antes.
“Foi uma sensibilização para uma ação que é entendida como defesa de uma causa pública, embora seja num espaço privado mas que é visto como sendo um pouquinho de todos nós”, diz, acrescentando ter sentido, por parte das pessoas que este era um trabalho que tinha de ser urgentemente feito: “muitas pessoas que passaram por aqui e viram o que se fazia disseram-nos obrigado”, reconhecendo e valorizando este esforço. A terminar, não deixaria de sublinhar que embora toda esta infraestrutura esteja a atravessar um momento difícil, num processo de insolvência “a câmara quer defender e preservar, especialmente, a parte do parque e das termas”. Por isso, admite que poderá haver uma segunda ação, após uma análise por parte da entidade que gere o espaço e do plano que vier a ser delineado para a sustentabilidade de toda esta estrutura.
Voluntários cheios de garra. E nem o sol tórrido que se fez sentir intimidou um número bastante razoável de voluntários.
José Carlos Coelho, ex-vereador do PS e membro da Universidade Sénior da Curia, dizia-nos ser, por princípio, uma pessoa solidária e ter sempre muita dificuldade em resistir a um convite deste tipo. “Somos cidadãos de Anadia e este espaço é um ex-libris do concelho que tem de ser cuidado”, disse acrescentando que se não for de outra forma “o voluntariado será uma boa maneira de concluir essa missão”. Já Alexandra Gonçalves, docente na EB 2/3 de Vilarinho do Bairro, foi outro rosto presente. “Esta iniciativa é extremamente louvável e acho que a câmara fez muitíssimo bem.” Porquê? Tal como muitos dos presentes vê o parque como “um pouquinho de todos nós” e que “todos sentiam o abandono em que se encontrava”. E deixou ainda o desafio “para que esta iniciativa continue através de projetos escolares”, já que deixar este espaço ao abandono “jamais será uma solução aceitável”.
José Manuel Carvalho, deputado municipal pelo PSD, foi um dos vários deputados que desde bem cedo arregaçou as mangas e ajudou em várias tarefas. “A Curia faz parte de Anadia e este é visto por todos como um espaço verde da cidade e município. Por isso merece este nosso respeito e trabalho”. Admite que esta “deveria ser uma ação para continuar pelo menos duas vezes por ano”.
Já Óscar Ventura, preside à Junta de Freguesia da União de Freguesias de Tamengos, Aguim e Óis do Bairro, era um homem feliz e orgulhoso pela adesão de voluntários e pelo trabalho que estava a ser feito naquele que é um dos espaços mais belos de todo o concelho e da região da Bairrada. “É uma iniciativa bem sucedida”, disse, sublinhando a presença de outros presidentes de Junta do concelho, vereadores, deputados municipais e muita gente anónima presente. “É assim que se deve trabalhar no concelho. Esta é uma causa solidária e justíssima porque este é um espaço que diz muito aos munícipes.
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