LAVRADORES PROMOVEM MARCHA CONTRA A REFORMA DA PAC |
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A Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) vai organizar, no sábado, uma marcha de tractores até à Agrovouga, em Aveiro, contra a forma como o Governo quer aplicar a reforma da Política Agrícola Comum (PAC).
Em conferência de imprensa realizada hoje, os dirigentes daquela organização rural ligada à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) anunciaram que este ano, além da tradicional concentração de agricultores na Agrovouga, principal certame agro- pecuário do centro do país, vão também realizar uma marcha de tractores pela Estrada Nacional 109, desde Ovar até Aveiro.
O objectivo é protestar contra a orientação dada pelo actual Governo à aplicação em Portugal da reforma da PAC, nomeadamente as medidas que desligam as ajudas da produção, e exigir a suspensão imediata dos diplomas preparados pelo ainda ministro e que estão para publicação.
"Os agricultores virão para a rua porque não concordam que uns poucos recebam ajudas sem produzir um grão de cereal. O desligamento das produções colocará os agricultores na dependência dos subsídios, o que não interessa à lavoura portuguesa nem à economia nacional", disse Albino Silva, da ALDA.
Aquela organização afirma que "o Governo, que está de saída, não tem legitimidade para apressadamente publicar legislação sobre o assunto, que venha a afectar os agricultores".
A ALDA acusa o executivo de Durão Barroso de não utilizar a margem de manobra possível na aplicação da reforma da PAC, ao contrário de países como a França, que exploram em seu benefício todas as possibilidades para defender a sua produção.
"Que política é esta em que se paga para não produzir e em que as ajudas comunitárias estão concentradas em 1.600 famílias, enquanto 280 mil pequenos e médios agricultores apenas irão receber 10 por cento das verbas do Instituto nacional de Garantia Agrícola (INGA)?", questionam os dirigentes da ALDA.
Em causa está, também, o pagamento dessas ajudas com base no "histórico", o que vai penalizar os produtores de batata, fruta e hortícolas, que como não têm o historial de produção continuam sem nada receber.
Diário de Aveiro |
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