Mário Campolargo, Director Net Futures da Comissão Europeia, adianta que os investimentos nas redes 5 G e noutras áreas de supercomputação fará parte dos planos da União Europeia para os próximos anos. A criação de espaços de armazenamento de dados à escala europeia que sirva as universidades é outra das apostas que exigem investimentos avultados e que fazem das políticas para o setor uma realidade de médio e longo prazo.
Campolargo diz que o esforço financeiro exige esse pensamento de horizonte alargado. Declarações, em Aveiro, no encontro promovido pelo Gabinete de Promoção do Programa-Quadro, em colaboração com o Pólo das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE.PT) e a Enterprise Europe Network através da Associação Industrial do Distrito de Aveiro (com áudio).
Rui Aguiar, do Instituto de Telecomunicações (membro da Associação 5G), apresentou a Parceria Público-Privada 5G. Diz que o futuro continua na inovação ao nível das capacidades de cobertura wireless.
“Na próxima geração iremos desenvolver maior capacidade de cobertura wireless, tempo de colocação de serviços em funcionamento ou aumento no número de dispositivos com cesso wireless que serão servidos pela rede. São parâmetros tecnológicos. A diferença prende-se com a existência de parâmetros associados a negócios e à capacidade de desenvolver a economia nesta área e ao impacto que esta tecnologia terá na sociedade”.
Susana Sargento, investigadora que recebeu um prémio de 100 mil euros do prémio Mulheres Inovadoras da União Europeia, encara a 5G como uma evolução não apenas na tecnologia mas também nos ambientes.
“Não vejo o 5G como tecnologia mas como uma evolução a vários níveis, ao nível da tecnologia física mas também sobre como a rede e os interlocutores vão modificar-se para ter uma perspetiva diferente. Falamos de um ambiente”.
O encontro de ontem, dedicado às oportunidades de financiamento para as redes de 5ª geração (5G) no Horizonte 2020, contou com a organização do Pólo das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica que, pela voz de Vasco lagarto, anuncia a criação de plataformas de acompanhamento em Portugal das políticas da UE para o setor:
“Na UE existem plataformas tecnológicas que são participadas por diversas entidades portuguesas mas esse tipo de participação fica, por vezes, encerrado na entidades que participa. Assim, criamos um conceito que desafia uma entidade dos sistema científico e que se responsabilize por animar um grupo de trabalho, com eventualmente duas reuniões por ano, para absorver o que se passa na UE, tentar trabalhar a informação e ver até que ponto podemos contribuir com algo do nosso lado”
A infraestrutura 5G considera essencial para o desenvolvimento económico e social futuro da Europa. O Horizonte 2020 disponibiliza financiamento para a concretização de pilotos que visam satisfazer as necessidades específicas dos vários setores que poderão beneficiar do 5G, nomeadamente saúde, energia e mobilidade.
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