CONTRATO-PROGRAMA PARA A BIBLIOTECA |
---|
| |
José Amaral Lopes, secretário de Estado Adjunto do Ministro da Cultura, deslocou-se, na última sexta-feira (dia 21 de Maio) a Anadia, para presidir à cerimónia de assinatura do Contrato-Programa relativo à biblioteca municipal, em construção desde Março deste ano.
Uma obra, que ascende a dois milhões de euros, em construção junto do Centro de Saúde de Anadia, numa área da vila em franco desenvolvimento.
Passo decisivo na resolução de uma grande lacuna
A assinatura do Contrato-Programa teve lugar no Salão Nobre dos Paços do Município e contou ainda com a presença de José Manuel Pinho Leão, Governador Civil de Aveiro; Isilda Fernandes, representante do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), presidente da Assembleia Municipal de Anadia, Jorge São José, vereação e deputados da AM de Anadia, entre muitos outros convidados civis, militares e religiosos.
O contrato, celebrado entre a autarquia anadiense o Instituto Português do Livro, diz respeito à construção da biblioteca municipal que integrará a rede nacional de bibliotecas públicas.
Trata-se de uma biblioteca do tipo BM2, especialmente concebida para municípios com população entre os 20 mil e os 50 mil habitantes, e cuja área útil se aproxima dos 1300 metros quadrados.
Um espaço cultural localizado numa zona privilegiada da vila, onde já nasceram ou estão a ser desenvolvidos diversos equipamentos – Centro de Saúde, Mercado Municipal, Complexo Desportivo, Cine-Teatro e futuramente o pólo escolar.
Para Litério Marques, a assinatura deste Contrato-Programa representa “um passo decisivo na resolução de uma das grandes lacunas do concelho anandiense – a criação de uma verdadeira biblioteca de leitura pública”. Por outro lado, defenderia o autarca, “a promoção do livro e da leitura é uma obrigação de todos, e a Administração Central e os Municípios acordaram em cooperar com vista à prossecução de tal objectivo.”
Litério Marques recordaria ainda que um outro compromisso assumido – o do apoio financeiro a prestar pelo IPLB à autarquia anadiense. Um apoio que irá rondar os 50% da obra e que tem como prazo de construção 18 meses.
Daí o edil anadiense ter referido que “uma biblioteca desta natureza representa um investimento avultado a que a autarquia não pode fazer face sozinha”. No entanto, lá foi admitindo também que “nestas coisas, nunca fico à vossa espera (governo). Contudo, estou confiante que posso contar com o vosso apoio”.
Alias, Litério Marques, ainda que num tom irónico, não deixou de comentar que “com toda esta pujança e obras em curso estamos a criar condições para que nos seja proposto/imposto que passemos a cidade, pois Anadia é, hoje, uma grande vila, com mais e melhores equipamentos do que muitas cidades que existem por aí”.
Biblioteca será um espaço vivo
Por seu turno, Isilda Fernandes não deixaria de referir que “a biblioteca será um espaço vivo e frequentado por muitas pessoas”. Uma obra que vai ajudar a “desenvolver novos serviços, utilizando as novas tecnologias da informação e da comunicação”, tendo ainda em vista a ligação em rede de todas as bibliotecas do país. Esta responsável deixava também a ideia que, em curso, está uma grande obra, de referência, moderna e capaz de responder aos vários graus de exigência da população do concelho.
Diminuir desequilíbrios
José Amaral Lopes centrou o seu discurso na necessidade de se “construir uma sociedade mais justa, equilibrada e evoluída, onde os cidadãos possam exercer a sua plena cidadania”. Daí, que, “o governo esteja empenhado em construir uma sociedade mais exigente, menos manipulável”, explicaria aquele responsável, sublinhando ainda que “as bibliotecas são verdadeiros centros de saber, que nos permitem ter uma visão mais profunda do mundo que nos rodeia”.
José Amaral Lopes não deixou também de sublinhar o trabalho desenvolvido pelo seu ministério nesta área: “em 15 anos conseguimos construir mais 240 bibliotecas, ficando o país equiparado com os países mais desenvolvidos da Europa”, estando ainda em construção, neste momento, 40 novos equipamentos deste género.
Este responsável não deixaria ainda que revelar que “numa década o país será dotado de uma rede muito avançada de bibliotecas públicas”, cujo objectivo passa também por “ajudar a construir um país mais sensibilizado, moderno e erudito”.
No entanto, este membro do governo admitiu que os “desequilíbrios no país ainda são bastantes, pois os cidadãos têm ainda diferentes acessos aos bens culturais, pelo facto de não viverem nas grandes metrópoles”.
E, por que é preciso passar das palavras aos actos, revelou que “tem vindo a ser feito um esforço concreto nesta matéria, no sentido de diminuir esses desequilíbrios. Daí terem sido já anunciado, este ano, que todos os aumentos de apoios possíveis serão canalizados para o norte, centro do país”.
Sobre o Cine-Teatro, em construção na vila de Anadia, diria que “estão a ser preparadas medidas concretas que visam dar resposta a este tipo de projectos. Daí não poder ser ainda assegurado o seu financiamento uma vez que, no final deste ano serão anunciadas medidas concretas que permitirão a todas as Câmaras Municipais apresentar projectos, que serão avaliados e objecto de apoios financeiros.”
Cine-Teatro
Obra há muito desejada
O autarca de Anadia não deixaria de aproveitar a presença do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Cultura para reafirmar da necessidade de apoio financeiro para a construção do Cine-Teatro de Anadia. Uma obra em curso, desde Outubro de 2003, que ascende a 1.527.161,47 euros e que também deverá estar construída em 18 meses.
“Uma obra há muito desejada e exigida pelos anadienses”, diria Litério Marques, acrescentando ainda que, “o teatro em Anadia tem uma longa história e, apesar de não existirem estudos específicos sobre o assunto, encontramos bem documentado o século XIX.” Um concelho que era visitado com regularidade por grandes companhias teatrais o que contribuía para acentuar o gosto dos anadienses pelas artes de palco.
Situação que levou, em 1876, à construção de um teatro, por Alexandre de Seabra que, entre 1879 até ao século XX, serviu a vila de Anadia, tendo entrado num estado de degradação tal que a população rapidamente se aprestou a demandar a realização de obras de beneficiação.
“Foi neste contexto que surgiu o projecto do novo Cine-Teatro de Anadia”, destacaria o edil anadiense, para quem, de resto “tal como a biblioteca representa um investimento que a Câmara Municipal dificilmente pode suportar sozinha e que, também tal como a biblioteca, se destina à criação de hábitos culturais e à divulgação das artes do espectáculo.”
Catarina CercaDiário de Aveiro |
|
|
|