INAUGURADA ESCOLA DE ARTES DA BAIRRADA

Abílio Manuel Morgado, secretário de Estado da Administração Educativa, Maria de Lurdes Cró, directora-regional Educação do Centro e o autarca Acílio Gala presidiram, no último sábado, à inauguração oficial da Escola de Artes da Bairrada que entrou em funcionamento, no passado mês de Novembro. Uma obra que ultrapassou os 650 mil euros e que segundo António Dias Cardoso “se deve à iniciativa da União Filarmónica do Troviscal, que pretendeu criar um ensino de música com a qualidade que o seu maestro André Granjo sonhou”. Escola modelo e piloto, no país Pouco passava das 10 horas quando, Abílio Manuel Morgado chegou ao Troviscal para presidir à inauguração da Escola de Artes da Bairrada. Uma Escola única, na região e no país que irá, nos próximos anos, ajudar a formar talentosos jovens músicos. Após a recepção oficial, caberia à Banda da União Filarmónica do Troviscal interpretar alguns temas que foram atentamente escutados por algumas dezenas de convidados presentes, entre os quais vereadores, presidente da Assembleia Municipal e autarcas locais. Logo de seguida, e após a bênção deste novo equipamento, pelo pároco da freguesia, padre Manuel Simões, teve lugar o descerramento de uma placa alusiva à data a que se seguiu uma breve visita às instalações. A sessão solene, que decorreu no auditório da Escola, que estava completamente lotado, não só por convidados, alunos da escola, pais, familiares e amigos, mas também por muitas pessoas da comunidade civil, foi aberta pelo autarca Acílio Gala que aproveitou o momento para realçar a importância desta Escola e a forma um pouco sui generis como foi conseguida: “ à revelia da legislação existente”, demonstrando, assim, estar-se perante um investimento único “uma escola modelo e piloto, no país” para a qual foi necessário criar um protocolo que respeitasse a Lei mas, que, de certa forma, introduz algumas inovações já que é única no país, no que concerne à forma de gestão. O autarca oliveirense não deixaria ainda de agradecer ao empenhamento pessoal daquele membro do Governo que permitiu ultrapassar algumas dificuldades, por forma a que a Escola se tornasse uma realidade. Contudo, sublinharia ainda que “a Escola se deve também à Comissão Instaladora e à forma como soube relacionar-se com os pais e alunos”. Uma Escola que é “uma semente para que, nos próximos anos, mais escolas como esta possam surgir no país, servindo-lhes esta como modelo”. Acílio Gala acrescentaria ainda que a obra não terminou daí, que, a próxima fase passe ainda pela construção, no Troviscal de um Jardim Educativo, com pré-escola, biblioteca, cantina, ATL, museu de etnomúsica, por forma a que “os pais quando forem trabalhar saibam que deixaram os filhos em boas mãos e com verdadeiros profissionais”, diria. Ensino artístico: “área de muitas lacunas, mas também de muitas aptidões e potencialidades” Para Abílio Manuel Morgado, secretário de Estado da Administração Educativa, a Escola de Artes da Bairrada merece uma referência especial por ser única: “uma escola com raízes na actividade local, mas apoiada pelo Ministério da Educação”. Uma Escola que se deve “à congregação de esforços e vontades, já que todos ajudaram, mas sem quererem ter protagonismo”. Um estabelecimento de ensino particular que recebeu, do Ministério da Educação, o patrocínio e algum know-how. Para este membro do Governo, o facto de ser uma escola especial e única – pois a iniciativa da sua criação partiu da sociedade civil – “permite-lhe alguma solidez necessária para que ela não morra”. Para este responsável é ainda necessário, por forma a que o sucesso seja garantido e não se corram riscos de recuo ou retrocesso que, “os pais participem activamente nos projectos educativos das escolas.” Isto porque, como explicou, “os pais andam muito afastados das escolas e é fundamental alterar este estado de espírito”, sendo a cooperação a palavra de ordem para o bom funcionamento das escolas e “para uma boa educação para os nossos filhos”, acrescentaria. Abílio Manuel Morgado terminaria realçando a ideia da necessidade de fazer progredir a avançar o ensino artístico, por que se trata de “uma área onde ainda existem muitas lacunas, mas também muitas aptidões e potencialidades.” Atitude empenhada da Câmara Municipal Por seu turno, António Dias Cardoso, que preside à Comissão Instaladora da Escola, que abriu pela primeira vez ao público, no ano lectivo em curso, faria um breve historial do processo que levou à criação da Escola: “o projecto pôde arrancar por força do despacho da senhora Directora Regional de Educação do Centro, em Julho de 2003, autorizando o funcionamento do curso básico e secundário e homologando a direcção pedagógica, na pessoa de Carlos Marques”. Seguiu-se o início das aulas, no ano lectivo de 2003/04, a divulgação da Escola junto de outros estabelecimentos de ensino do concelho, recrutamento do corpo docente, aquisição de instrumentos e a conclusão da obra. Dias Cardoso não deixaria também de reconhecer “a atitude empenhada da Câmara Municipal, realizando obras necessárias e suportando, num primeiro momento, a totalidade do custo dos instrumentos”, assim como, “a ajuda generosa do Comendador Almeida Roque cuja acção benemérita se estendeu também a esta Escola”. Com 50 alunos inscritos na Iniciação e no 1º Grau, as aulas arrancaram em Novembro e, de imediato surgiu a ideia de criar uma Associação de Pais que, de uma forma bastante interessada acompanha os progressos das crianças nas aulas. O presidente pela Comissão Instaladora acrescentaria ainda que, “a escola está viva e tudo indica que irá crescer, nos próximos anos”. Um sucesso que se fica a dever, na sua opinião, “à boa colaboração do Governo, da Câmara Municipal e da sociedade civil”, mantendo, como preocupação futura, “a consolidação do ensino da música”, devendo ainda a Escola e, por que se trata de uma Escola de Artes, “alargar-se a outras formas de expressão artística.” Francisco Cunha, em nome da Associação de Pais, realçaria a importância da Escola no desenvolvimento harmonioso dos jovens e os progresso e evoluções já alcançados desde que a Escola abriu, evidenciando aqui a qualidade do corpo docente seleccionado. A festa continuou com um concerto musical, apresentado pelo corpo docente da Escola e alunos, seguindo-se um almoço, no Hotel Paraíso, em Oliveira do Bairro. Catarina Cerca
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