BOSQUE NATIVO DE BELAZAIMA ATRAI AMBIENTALISTAS

O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus organizou, no último sábado, uma visita a uma área de regeneração do bosque nativo, onde existiam eucaliptais, situada na freguesia de Belazaima do Chão. Segundo Paulo Domingos, membro da Quercus, pretendeu-se, com esta iniciativa, “dar a conhecer um projecto alternativo de salvaguarda e expansão da floresta autóctone”. A Quercus assegura que a nossa região é uma daquelas cujo coberto vegetal primitivo mais sofreu com a intervenção humana ao longo da história. “De tal maneira que a espécie arbórea dominante desse coberto – o carvalho roble – está hoje relegada a exemplares isolados e dispersos, ou, na melhor das hipóteses, pequenos bosquetes”. Os ambientalistas recordam que “o século 20 foi um dos piores dessa história, com a expansão desordenada das plantações de eucaliptos e a infestação com espécies exóticas, sobretudo acácias, que ocuparam os ecossistemas mais preciosos, mormente os cursos de água”. Ao longo de um trajecto de 1,5 km - que demorou cerca de duas horas a ser percorrido - “tem-se procurado contrariar esse processo, protegendo a vegetação nativa que sobreviveu, removendo as exóticas e dando espaço à expansão do bosque autóctone”. No que toca às árvores, a disseminação natural é auxiliada pela sementeira de bolotas e castanhas, enquanto que os arbustos são cultivados em viveiro para posterior plantação, complementando também a disseminação natural. “A vegetação invasora é controlada e a fauna silvestre é auxiliada pela colocação de ninhos artificiais”, sublinham os ambientalistas.
Diário de Aveiro


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