OPOSIÇÃO ASSOCIA SAÍDA DE ELÓI CORREIA ÀS FALTAS |
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O vereador do PS na Câmara de Águeda José Brenha associou a demissão do vice-presidente da autarquia, Elói Correia, à justificação feita às faltas do presidente eleito, Castro Azevedo (PSD), impedido judicialmente de entrar na autarquia.
"A oposição não tem nada a ver com a saída de Elói Correia, com o seu mau relacionamento com o PSD, ou o que seja. Não temos culpa de que Elói Correia tivesse a opinião de que as faltas de Castro Azevedo não deviam ser justificadas", disse, reagindo a declarações da presidente em exercício, Nair Barreto, que atribuía responsabilidades à oposição na saída do seu antecessor.
O vereador socialista referia-se ao facto de Castro Azevedo, apesar do Tribunal ter determinado que não pode entrar na Câmara ou contactar com a vereação, não perder o mandato por faltas, já que estas lhe estão a ser justificadas, com base num parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
José Brenha, que falava quinta-feira à noite numa assembleia municipal extraordinária para apreciar a situação da autarquia, afirmou mesmo que "há indícios graves de que as medidas de coacção impostas pelo Tribunal não estão a ser cumpridas" e aludiu a uma carta de Castro Azevedo, com instruções para o executivo.
A presidente em exercício da Câmara de Águeda, Nair Barreto, garantiu que os documentos pedidos pelo PS sobre a demissão do seu antecessor, Elói Correia, vão ser enviados, de acordo com a lei.
Nair Barreto deu essa garantia na sessão extraordinária da Assembleia Municipal, que foi convocada a pedido da oposição, que para o efeito recolheu as assinaturas necessárias, com o objectivo de esclarecer a demissão de Elói Correia.
Elói Correia vinha dirigindo a autarquia desde que o presidente eleito, Castro Azevedo, foi judicialmente impedido de entrar na Câmara, por ser arguido num processo de peculato.
Apesar da disponibilidade da presidente em exercício para que sejam facultados ao PS os documentos alusivos à demissão, a maioria PSD que suporta a Câmara rejeitou um requerimento para que os mesmos fossem remetidos à Procuradoria-Geral da República.
Durante o debate, António Martins, do CDS-PP, considerou ser obrigação do PSD "vir a terreiro" explicar a demissão de quem foi eleito nas suas listas e questionou a legitimidade do executivo.
"Estamos perante um executivo fragilizado e cada vez mais se deteriora a imagem política do concelho. O apego ao poder, se legal, é todavia doentio", comentou, criticando o facto de Castro Azevedo não renunciar ao cargo.
No mesmo sentido interveio Júlio Balreira (CDU) referindo a instabilidade do executivo, reduzido agora a três elementos permanentes, dos cinco iniciais.
Paulo Matos, do PSD, lembrou que Castro Azevedo "não está acusado, mas apenas indiciado" e questionou a utilidade da assembleia extraordinária.
"Se o que queriam era saber as razões da demissão de Elói Correia, ele não está cá para explicar. Se era para saber as causas do impedimento do presidente, ele também não está", comentou.
Paulo Matos, que lidera a comissão política concelhia do PSD lembrou que "o mandato (autárquico) só acaba daqui a ano e meio", mas teve também uma frase passível de várias interpretações políticas, ao comentar a oferta do vencimento feita por Castro Azevedo às freguesias do concelho.
"O PSD não tem nada a ver com as decisões que Castro Azevedo toma", afirmou, o que foi o bastante para ouvir da bancada da oposição que se tratava de quebra de confiança política.
Diário de Aveiro |
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