ÁGUAS NATURAIS DINAMIZAM NOVA CONFRARIA GASTRONÓMICA |
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Um grupo de 70 apreciadores de águas naturais vai constituir no sábado a Confraria da Água, para fomentar a cultura da água e valorizar as águas portuguesas. "Trata-se de procurar a valorização da água natural, na mesma lógica do que se passou com o vinho, cuja cultura envolveu os produtores e foi levada ao consumidor, aumentando a sua satisfação e valorizando o produto", explicou à Lusa Belmiro Couto, das Águas de S. Cristóvão, e um dos dinamizadores da Confraria. Aquele empresário recorda que, há alguns anos, era comum as pessoas sentarem-se à mesa e pedirem vinho, limitando-se a dizer se preferiam tinto ou branco, enquanto hoje escolhem a marca, a região de onde o vinho é e o ano. A nova Confraria propõe-se dinamizar a sua presença nos restaurantes, onde a par da já habitual "carta de vinhos", deveria haver uma "carta de águas", "para que o consumidor possa escolher a água mais adequada para acompanhar a refeição e o próprio vinho". "As águas naturais portuguesas são todas de excepcional qualidade, a avaliar pelos prémios internacionais" com que são distinguidas, mas estão mal divulgadas", diz Belmiro Couto. Para inverter esse panorama a Confraria vai desenvolver acções para sensibilizar os consumidores e profissionais acerca das características específicas das águas naturais portuguesas e promover concursos e degustações. À semelhança das provas de vinho, a prova de águas é feita através da "prova cega", em que é reunido num tabuleiro um conjunto de marcas de águas numeradas. A identificação dos tipos de água é feita seguindo indicações relativas aos níveis de pH e mineralização, que correspondem a uma água mais ou menos ácida, e leve ou pesada. Virado para os profissionais de hotelaria e restauração está especialmente previsto o apoio a acções de formação e esclarecimento, e a distinção dos estabelecimentos com o dístico "Amigo da Confraria da Água", que impõe a confecção dos pratos com água natural, evitando que o preparado seja influenciado pelo cloro, e a presença de dois copos à mesa, além da carta de águas. A Confraria propõe-se ainda promover acções de sensibilização junto do sector da distribuição, para que as grandes superfícies e o comércio em geral passem a disponibilizar ao consumidor uma "garrafeira de águas", que lhe permita maior liberdade de escolha. A fundação da Confraria da Água, que terá lugar na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, será testemunhada por representantes da congénere francesa "Confrérie des Gousteurs d+Eau", de Contrexéville, e da espanhola "Confradía Gastronómica del Agua", associada ao grupo Vichy Catalan. Do núcleo fundador fazem parte as águas portuguesas Fastio, S. Cristóvão, S. Martinho, Serrana, Carvalhelhos e Caldas de Penacova.
Diário de Aveiro |
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