UA CRIA BIOBANCO DE NEUROIMAGENS PARA PARTILHA DE INFORMAÇÃO ENTRE A COMUNIDADE MÉDICA.

Uma inovadora base de dados de imagens do sistema nervoso central, mais propriamente uma base de dados de estudos imagiológicos, que permitirá a partilha e a discussão de dados e casos clínicos entre membros da comunidade médica, está a ser desenvolvida na Universidade de Aveiro (UA), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia (SPNR) e a empresa BMD software.

Trata-se de uma plataforma online focada na neuroimagem clínica, desenvolvida a partir da experiência adquirida num projeto internacional de larga escala em que a UA participa e que envolve, mais genericamente, a partilha de informação clínica de forma estruturada por comunidades académicas, médicas e da indústria farmacêutica.

O Biobanco de Neuroimagem, http://bioinformatics.ua.pt/spnr, é um projeto inovador de criação dum repositório de imagens médicas do sistema nervoso central que, salvaguardado o anonimato e a codificação dos dados, permite o acesso facilitado à informação neurorradiológica para fins científicos e educacionais, promovendo maior rigor nos diagnósticos e aprofundando o conhecimento da patologia neurológica em geral. O projeto resulta de uma parceria que envolve a Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia (SPNR), o Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) / Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro (IEETA) da UA e a empresa BMD software.

A plataforma, já disponível e à espera de contributos, consiste num repositório imagiológico multimodalidade devidamente catalogado. Permite aceder a informação sobre casos clínicos com valor técnico, educacional e científico. Estes casos são “carregados” no sistema por utilizadores devidamente credenciados pela SPNR. Uma vez no sistema, podem ser consultados, descarregados, comentados e seguidos de forma dinâmica pelos utilizadores das comunidades médica e científica.

Uma das vertentes mais relevantes deste sistema é a facilidade e diversidade da pesquisa que rapidamente viabiliza consultas multicritério, tirando-se de imediato partido da vastidão e qualidade do repositório imagiológico, afirma Augusto Silva, professor do DETI e investigador do IEETA. É, assim, possível reunir muito rapidamente um subconjunto de casos de acordo com critérios a indicar, fazer comparações e anotações sobre os casos e ainda agregar literatura científica associada por termos chave, acrescenta o investogador.

A plataforma integra também um visualizador de imagem de nível profissional, através do qual é possível navegar nos estudos imagiológicos, fazer anotações gráficas e ainda partilhar a visualização com terceiros. Cada utilizador, assinala Augusto SiIva, pode aceder aos dados em qualquer parte do mundo, visualizando imagens sem qualquer perda de qualidade e obedecendo aos padrões de transação de imagem médica aceites a nível internacional. O Biobanco de Neuroimagem caracteriza-se ainda pela sua faceta de rede social, visando promover a discussão dos casos entre membros da comunidade médica, desde que devidamente registados.

A equipa de investigadores da UA, para além de Augusto Silva, incluiu ainda Carlos Costa, também professor do DETI, e Luís Bastião. O Biobanco de Neuroimagem decorre da aplicação à escala nacional (SPNR) das potencialidades desenvolvidas no projeto European Medical Information Framework (EMIF), emif.eu, que envolve 57 parceiros, entre elas a UA, e inclui instituições de ensino superior, instituições de saúde e grupos farmacêuticos. O objetivo do projeto emif.eu é criar uma plataforma/catálogo europeu de dados clínicos genéricos.

Texto e foto: UA


Diário de Aveiro


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