Gil Nadais admite que as relações com a administração do centro hospitalar do Baixo-Vouga melhoraram com a mudança de administradores mas que esse facto não é suficiente para respirar de alívio. O autarca de Águeda que contestou a gestão anterior de José Afonso disse, em entrevista ao jornal Soberania do Povo, que o mais importante é conhecer os planos e concretizar ações de valorização. “As relações melhoraram, mas as relações não me dizem muito, neste momento do processo. São importantes, mas mais importante do que isso é o que vai ser o Hospital de Águeda e o que pretende esta Administração do CHBV”.
Gil Nadais revelou que já falou com Aurélio Rodrigues e que no encontro deu conta da sua desconfiança em relação ao Ministério da Saúde. “Sinceramente, com o atual Ministério da Saúde estamos cansados de palavras. Por isso, queremos ver ação e, depois, estaremos cá para apoiar. Basta dizer que, por exemplo, já colaborámos em diversos projetos para as Urgências e tudo tem caído em saco roto. O que temos visto é um esvaziamento e uma pior qualidade de prestação de cuidados de saúde às pessoas de Águeda. Digam-nos o que é que vão fazer, passem aos actos, comecem a fazer qualquer coisa e a Câmara de Águeda estará cá para apoiar”.
Na entrevista o autarca falou do processo de municipalização da educação e assumiu que as críticas de setores do PS e da CDU representam aproveitamento político. “São, pura e simplesmente, aproveitamentos políticos da fase que estamos a viver. Ou pretensos aproveitamentos políticos. Vejamos, quando se processou a transferência de competências, na área da Educação, efetuada por um Governo do PS, não votaram contra, pelo contrário, votaram favoravelmente. Salvo erro, as mesmas pessoas. Uma das coisas que me orgulho é ter o máximo de coerência possível. Não é por mudar a cor política do Governo, que eu vou mudar a minha opinião. Defendo que no município poderemos ter um papel mais relevante, mais próximo e melhor na área da Educação. Confio nas pessoas de Águeda e acho que em conjunto seremos capazes de fazer mais e melhor do que alguém, em Lisboa, no Ministério da Educação. Prefiro que sejam as pessoas de Águeda a decidir com a Câmara Municipal, do que alguém que está em Lisboa e nos diga e obrigue a seguir determinados caminhos sem conhecer de perto a nossa realidade e necessidades reais”.
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