A Câmara de Aveiro anunciou hoje a criação de uma empresa municipal para explorar o Teatro Aveirense, recentemente recuperado e que era gerido por uma sociedade na qual a autarquia detinha quase todo o capital. A "Teatro Aveirense, Empresa Municipal" como vai ser designada a empresa, é justificada pela "total inadequação do actual modelo de sociedade responsável pela gestão do Teatro Aveirense", em que a Câmara detinha 99,2 por cento das quotas. Outra das justificações para a criação da nova empresa municipal é a Lei 58/98 de 18 de Agosto, que induz à transformação das actuais sociedades e empresas participadas maioritariamente pelas câmaras em empresas municipais, tirando partido de maior flexibilidade contratual e de novos instrumentos de gestão. A Teatro Aveirense, E.M. terá por principal objecto social a gestão do Teatro Aveirense e a realização de actividades culturais, de acordo com os princípios do interesse público e as orientações recebidas da autarquia para a programação anual do Teatro, bem como promover as acções necessárias à manutenção, reabilitação ou equipamento daquele espaço. A empresa terá um conselho de administração, eleito pela Câmara, que será responsável pela gestão das actividades da empresa, e um director artístico, responsável pelas opções artísticas e de programação. Em 1879 foi constituída em Aveiro uma "Sociedade Construtora e Administrativa do Teatro Aveirense" e, em 1881, ficou concluído o edifício. A inauguração foi feita pela Companhia de Teatro Nacional de D. Maria II. A actividade interrompeu-se em 1947 e, depois de profundas obras de remodelação e adaptação, o "Teatro Aveirense" reiniciou a sua actividade em finais de 1949. Apesar do interesse já antigo da Câmara pelo Teatro, a sua aquisição só foi concretizada em Novembro de 1998. Em Junho de 2000 o Teatro Aveirense voltou a fechar portas para obras profundas de remodelação e modernização do espaço e equipamentos, para reabrir a 23 de Outubro do ano passado. O Aveirense pertence à Rede Nacional de Teatro e Cine-Teatros, tendo sido a recuperação apoiada em 75 por cento pelo III Quadro Comunitário, através do Programa Operacional de Cultura, e o restante pela autarquia. Diário de Aveiro |