DISTRITO MAIS PROBLEMÁTICO?

Aveiro Desemprego: Aveiro pode tornar-se o distrito mais problemático A União de Sindicatos de Aveiro (USA) admitiu ontem que aquele distrito se torne, a curto prazo, o mais problemático do país em matéria de desemprego. «A situação pode tornar-se pior do que Braga e Porto, que considero actualmente os distritos mais problemáticos«, disse o coordenador da USA, Joaquim Almeida, após somar os números oficiais do desemprego relativos a Janeiro aos despedimentos posteriormente consumados ou perspectivados. Segundo números do Instituto de Emprego, fornecidos pela USA, o distrito de Aveiro tinha, no final de Janeiro, 22.296 desempregados registados, o que representa 5,68 por cento do Continente (392.574). Joaquim Almeida disse, contudo, que a situação «tende a agravar- se«, por efeito directo dos 180 despedimentos na Ecco+let (Santa Maria da Feira), 500 na C&J Clark (Castelo de Paiva) e 230 de situações «não definidas« como a Bawo (Estarreja, 80 trabalhadores) e da Sobrinca (Santa Maria da Feira, 150). Considerando estes casos, a USA perspectiva que os números oficiais do desemprego no distrito, reportados ao mês de Fevereiro passado, ainda por divulgar, venham a situar-se acima da barreira dos 23 mil. Comentando os números distritais de Janeiro, Joaquim Almeida sublinhou um aumento de 29,2 por cento na variação homóloga e de 6,2 por cento na variação mensal, sendo que no total do Continente essa variação foi de 19,2 por cento e 5,7 por cento. Baseado em dados dos Censos 2001, Joaquim Almeida calcula que a população economicamente activa do distrito seja de 355.721, pelo que o número de desempregados representava em Janeiro 6,27 por cento desse número. O desemprego no distrito afecta maioritariamente as mulheres (12.684, ou seja 63 ppor cento) e a faixa etária entre os 35 e os 54 anos (7.945, representando 35 por cento do total). Percentagem semelhante é a dos desempregados de longa duração - 7.581, ou seja 35 por cento. Nos últimos dois anos, informou a USA, fecharam no distrito de Aveiro 54 empresas, o que representou uma perda de 4.118 postos de trabalho. Só no Calçado fecharam 43 empresas, que respondiam por 3.500 postos de trabalho, assinala a estrutura da CGTP/IN para o distrito de Aveiro. Ainda segundo as contas da USA, em sete dos 19 municípios de Aveiro o desemprego situa-se acima da média distrital homóloga: Anadia (46,53 por cento), Águeda (41,17 por cento), Santa Maria da Feira (41,07 por cento), Ovar (34,44 por cento), Castelo de Paiva (33,11 por cento), Oliveira do Bairro (32,26 por cento) e Estarreja (29,92 por cento). (20 Mar 03 / 9:29)
Diário de Aveiro


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