A Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, disse hoje que o contributo da floresta para as exportações "pode ser intensificado se o sector souber aproveitar as oportunidades dos novos fundos comunitários".
Assunção Cristas falava na inauguração da Expoflorestal, em Albergaria-a-Velha, onde realçou que o setor exporta já 4,5 mil milhões de euros, sendo o saldo da balança comercial florestal positivo em 2,5 mil milhões de euros.
"Este é um caminho que podemos intensificar e obter ainda melhores resultados se os pequenos proprietários se juntarem nas organizações de produtores florestais, para que possam concorrer melhor aos novos instrumentos comunitários e com isso terem melhores produções", disse.
A Ministra observou que existe procura de matéria-prima, pelo que é preciso aproveitar os novos fundos comunitários para aumentar a produção, devendo abrir em junho as candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural.
Assunção Cristas aproveitou para realçar o "trabalho muito intenso nos vários domínios da floresta" que tem sido desenvolvido pelo Governo e pelo seu ministério, "seja no domínio da estruturação fundiária, com forte impulso às Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), seja no domínio dos baldios, ou ainda no licenciamento, dispensando-o em muitas áreas e optando pela comunicação prévia, conforme o novo regime de arborização e rearborização".
A Ministra lembrou o novo regime fiscal, introduzido com a fiscalidade verde e "possível após a saída da Troika, que pela primeira vez se adequa àquilo que é o ciclo de produção na floresta e que procura fomentar uma gestão cada vez mais agrupada e cada vez mais ativa", indo ao encontro do que defendiam os produtores.
"São tudo instrumentos que dão os seus resultados, nunca no curto prazo porque esse não é o tempo da floresta, mas no médio e longo prazo. A floresta já está a dar um contributo extremamente importante para o nosso crescimento económico, para a criação de emprego e para a valorização do património e o ambiente, e se soubermos aproveitar esses instrumentos que favorecem mais produção primária, a indústria fará o restante, porque está também interessada em mais matéria-prima para a sua diversidade de usos", concluiu.
A Ministra afirmou que todos são precisos para desenvolver o sector florestal. “Nós precisamos da sua gravata, botas e mangas arregaçadas”, referiu Assunção Cristas, em resposta a um repto de António Loureiro. O Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, que acompanhou a governante durante a visita inaugural ao recinto da Expo, afirmou que “não há nenhuma outro sector no País que distribua tanta riqueza como este” e por isso o Ministério da Agricultura devia olhar mais para ele. “Nós aqui no Baixo Vouga Lagunar contribuímos muito e recebemos pouco”, afirmou António Loureiro, lembrando a presença dos seus congéneres de Aveiro e Estarreja, Ribau Esteves e Diamantino Sabina. Assunção Cristas referiu que o Ministério da Agricultura não é centralista, “não temos floresta em Lisboa”, adiantando que o Governo está empenhado em colocar todos os meios no terreno.
Texto e reportagem fotográfica: NM e Terra Nova
Diário de Aveiro |