PERDIDOS & ACHADOS

Perdidos e Achados Há quem perca alianças, microondas e...dentaduras Será possível uma pessoas esquecer-se de uma dentadura nos transportes que servem a cidade de Lisboa? Ou de um microondas, novinho em folha, de máquinas de costura, marmitas com seringas e objectos pornográficos?. A resposta é sim. Estes são de facto alguns dos artigos mais inesperados que chegam aos departamentos de «Perdidos e Achados« dos vários transportes de Lisboa, incluindo da TAP, e que fazem companhia a outros bem mais comuns, como carteiras, documentos, chaves e óculos. A maioria dos transportes tem um departamento de «Perdidos e Achados« ou, numa linguagem mais internacional, de «Lost and Founds«, no caso da TAP, onde os objectos são guardados por algum tempo, antes de serem enviados para a PSP dos Olivais, em Lisboa. No metropolitano de Lisboa, um dos objectos perdidos que mais estranheza suscitou aos responsáveis do departamento foi um microondas, que acabou por ser enviado para a PSP, porque não foi reclamado por ninguém no prazo legal de 24 horas. Entre os mais de 500 artigos que nos primeiros meses deste ano ficaram esquecidos nos comboios do Metro, destacam-se ainda máquinas de costura, bicicletas, carrinhos de bebé, além de telemóveis, carteiras e passes sociais, como disse à agência Lusa Miguel Aparício, da empresa. Desde sempre que o Metropolitano de Lisboa tem um serviço de «Perdidos e Achados«, que, além de dar jeito aos utentes, dá também jeito à empresa que, através do número de carteiras encontradas sem dinheiro e documentos, consegue perceber se há mais ou menos «carteiristas« nos túneis. Ao «Lost and Founds« da TAP, onde ficam depositados os objectos deixados a bordo dos aviões da transportadora ou daqueles a que dá assistência, chegam dentaduras, deixadas nos tabuleiros das refeições, e até alianças. Não conseguindo garantir se há divórcios no ar, a responsável por este serviço, Odete Cardoso, adiantou à Lusa que também são deixadas a bordo bengalas, «qual milagre de Nossa Senhora«, sapatos, computadores portáteis e máquinas fotográficas, entre outras miudezas. Só que «uma boa parte, cerca de 70 por cento, dos objectos são reclamados«. Mas a secção mor dos «perdidos e achados« está centrada na PSP dos Olivais, onde actualmente estão depositados e devidamente registados em computador cerca de 15 mil objectos e onde diariamente entram entre 150 e 200 artigos e saem 60 a 70 por cento. Aqui chegam dentaduras e objectos pornográficos, mas também já apareceram um caixão e duas urnas vazias, contou à Lusa o chefe Araújo. As marmitas com comida e algumas com seringas, de duvidosa utilização, são o que mais incómoda os polícias dos Olivais, devido à deterioração dos alimentos e porque um objecto entregue não pode ser deitado para o lixo, apesar de muitas vezes não ter qualquer valor. Na secção dos Olivais existem gavetas e gavetas repletas de documentos (que representam mais de 50 por cento dos perdidos), chaves e óculos e prateleiras cheias de sacos, malas, chapéus de chuva, brinquedos, livros, entre outros pertences. Só os documentos - que são enviados para as entidades que os emitiram - chaves e armas não vão a leilão, ao final de um ano de permanência nos Olivais, como acontece com tudo o resto. O que sobra é destruído. «Uma vez, há muitos anos, chegou-nos aqui uma bolsa com mil contos« perdida no eléctrico e que foi restituída ao proprietário, conto à Lusa o chefe Araújo. Outras somas elevadas de dinheiro foram já encontradas, assim como há muita gente que vai aos Olivais na esperança de encontrar jóias valiosas deixadas perdidas. E já por mais de uma vez que foi necessário servir um copo de água a alguém que finalmente achou o que tinha perdido... (9 Mar 03 / 11:20)
Diário de Aveiro


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