NOVAGRO NEGA USO DE NITROFURANO |
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Ílhavo
Novagro nega uso de nitrofurano e quer conhecer contra-análise
O dono de uma exploração avícola de Ílhavo onde o Ministério da Agricultura detectou a existência de nitrofurano, nega que tenha usado a substância e quer agora conhecer os resultados da contra-análise que pediu.
Em causa está a Novagro, Agro Pecuária da Valenta, em Ermida, S. Salvador, Ílhavo, cujo proprietário, Carlos Morais, garantiu nunca ter recorrido ao nitrofurano em dez ou onze anos de exploração da unidade.
«Quero saber o resultado da contra-análise porque estou consciente de que não dei nada aos animais«, disse Carlos Morais à agência Lusa.
O nitrofurano foi detectado em 18.000 frangos da Novagro segundo os resultados finais das análises pedidas pelo Ministério da Agricultura, mas Carlos Morais afirma ter pedido análises similares a outro laboratório e que deu resultado negativo.
Entretanto, o veterinário municipal de Ílhavo, João Cruz Senos, lamentou ter sabido pela comunicação social que uma das explorações avícolas onde foi detectada a existência de nitrofurano era daquele concelho.
«Por descoordenação dos diversos serviços do Ministério da Agricultura ou porque queriam secretismo dos actos de fiscalização, nada me comunicaram, o que é lamentável, uma vez que sou a autoridade veterinária municipal«, disse João Cruz Senos.
Segundo um comunicado do Ministério da Agricultura, até hoje foi confirmada pelo Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV), no âmbito das análises efectuadas às explorações sob sequestro, a existência de nitrofuranos de uso ilegal em dois outros aviários: Sociedade Avícola Avarela (em Carreiros, A-dos-Francos, Caldas da Rainha), com 97.255 perus sob sequestro, e Avibom, Herdade da Daroeira (em Alvalade Sado, Santiago do Cacém), com 18 mil frangos sob sequestro.
A Direcção-Geral da Veterinária (DGV) irá agora ordenar «o abate e destruição das respectivas aves«, prossegue o comunicado.
As análises referentes às restantes 40 explorações sob sequestro prosseguem no LNIV.
Segundo o Ministério da Agricultura, irá prosseguir «o processo decorrente da participação ao Ministério Público na sequência do facto de já ter sido detectado, anteriormente, nitrofurano na carne proveniente destas explorações«.
«Todos os operadores que, a qualquer título, detenham ou comercializem produtos avícolas provenientes das referidas explorações, deverão de imediato proceder à sua retirada do mercado«, determinou a tutela, acrescentando que os produtores identificados terão de «proceder à sua recolha com vista à sua destruição«.
Caberá à Direcção-Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar fiscalizar, no âmbito das suas competências, a concretização da obrigação de retirada do mercado.
O caso do uso ilegal de nitrofurano foi desencadeado a 26 de Fevereiro, quando o Ministério da Agricultura anunciou ter detectado aquela substância proibida em 43 explorações de frangos, perus e codornizes.
O nitrofurano é um anti-bacteriano muito potente, que, acumulado no organismo humano, pode ser cancerígeno.
Lusa
(9 Mar 03 / 11:13) Diário de Aveiro |
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