PELÍCULA A PARTIR DA CARTILAGEM DAS LULAS |
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Aveiro - Universidade - Investigação
Nova película aderente a partir da cartilagem das lulas
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) está a desenvolver uma película para envolver produtos alimentares com base em resíduos de crustáceos e moluscos marinhos.
A investigação do Grupo de Bioquímica e Química Alimentar da Unidade de Química Orgânica e Produtos Agro-Alimentares da UA surge na sequência do projecto «Quitopack«, iniciado há cerca de dois anos e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Em declarações à Agência Lusa, o coordenador do projecto, Lopes da Silva, disse que a maior parte dos testes foram realizados com as cartilagens de lulas ou espécies semelhantes, mas também já foram feitas experiências com cascas de caranguejos e camarões.
«A ideia surgiu da vontade em aproveitar algumas toneladas anuais de desperdício de biomassa, resultante do processamento, limpeza e corte dos cefalópodes, e normalmente enviada pelas empresas deste ramo para o aterro sanitário«, adiantou.
Segundo o docente, os resultados preliminares revelam que o novo produto desenvolvido tem uma baixa permeabilidade aos gases e funciona como barreira à transferência de massa, podendo ainda servir como suporte a determinados ingredientes.
Os investigadores esperam ainda melhorar as propriedades mecânicas da película, com vista à sua aplicação na área de armazenagem de frutos e vegetais.
Segundo Lopes da Silva, o objectivo passa também pelo desenvolvimento de um meio aquoso de revestimento, onde o fruto ou vegetal possa ser imerso, com vista ao seu revestimento.
«Desta forma, poderá ser protegida a integridade de um fruto ou controlar-se o seu amadurecimento, por exemplo, como forma de retardá-lo«, explicou.
A partir dos resultados obtidos com este trabalho, julga-se ser possível, no futuro, estender a aplicação destes sistemas a outras áreas, como por exemplo a encapsulação de enzimas, libertação controlada de fármacos e tecnologia de biomateriais.
Também relacionado com esta película, os investigadores estão a fazer estudos na área dos biomateriais com o departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro da UA, dadas as suas potencialidades, já testadas, na preparação de materiais porosos.
«Poderá ser utilizado na área da biomedicina porque o material poroso de que estamos a falar seria um material de suporte para crescimento celular e de regeneração de tecidos«, referiu o docente.
(27 Fev 03 / 9:07) Diário de Aveiro |
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