Bacalhau cozido para uma noite de consoada dentro do que manda a tradição. É assim para o cozinheiro da Confraria Gastronómica do Bacalhau. Jorge Pinhão salienta essa marca tradicional para explicar que não há muitos segredos. “Aconselho toda a gente a fazer o bacalhau cozido, uns samos e umas línguas. É o que chamamos o abafado. Para mim é prato de excelência”. Jorge Pinhão, responsável pela cozinha da Confraria Gastronómica Bacalhau, admite que o bacalhau faz parte de todas as épocas do ano mas com gosto especial na noite de dia 24 de Dezembro. E dentro dos derivados confessa que há povos que não entendem o aproveitamento. “Acho que já não há segredos. É preciso fazer as coisas com carinho. Tenho tido cá brasileiros e vejo-me aflito para explicar o que são caras e línguas”. A Confraria Gastronómica do Bacalhau diz que o conceito de fiel amigo mudou ao longo dos anos mas continua válido na relação emocional com as famílias portuguesas. “Acho que o bacalhau ainda é o fiel amigo, pelo menos no gosto de comer. Quanto ao significado dado no passado não é o mesmo. Julgo que continua a ser uma grande referência ainda mais nesta altura do natal”. João Madalena revela que as "1001 maneiras" de fazer bacalhau não são mito mas estão a deixar o bacalhau em segundo plano. “Já me têm apresentado pratos em que não sabemos se há bacalhau ou não. São tão sofisticados que retiraram o gosto. A sofisticação das receitas retira-lhe esse paladar. Chego ao fim de uma refeição, reconheço que está tudo muito bom mas pergunto se há ali bacalhau”. Diário de Aveiro |