DIVERSIFICAR DE FONTES PARA AQUECIMENTO |
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Frio
Especialistas recomendam diversificação de fontes para aquecimento
Diversificar as fontes energéticas é uma das medidas propostas pelos especialistas para evitar a sobrecarcarga eléctrica que, durante a vaga de frio dos últimos dias, tem provocado quebras no abastecimento em várias zonas de Lisboa.«Há várias formas de aquecer o ambiente sem recorrer à electricidade«, declarou à agência Lusa a investigadora Isabel Cabrita do Departamento de Engenharia Energética e Controlo Ambiental do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI).
Na quarta-feira, o piquete da Electricidade de Portugal (EDP) recebeu, só na área de Lisboa, 2.500 chamadas, o que «se torna um caso complicado de resolver«, disse à Lusa Maria Antónia Fonseca, do gabinete de imprensa da empresa.
A alternativa à dependência da electricidade, sugere Isabel Cabrita, é a diversificação de fontes.
«Como o período de frio em Portugal é curto, o aquecimento baseia-se na compra de caloríferos, mas existem outras opções como o aquecimento solar, a biomassa (lenha) ou o gás natural, no caso do aquecimento centralizado«, sublinhou esta responsável.
No entanto, as placas solares «estão muito pouco divulgadas, apesar de haver incentivos à sua utilização« e a maior parte dos edifícios não dispõe de aquecimento central.
«A adaptação pode ser complicada nos prédios mais antigos, mas o sistema poderia ser concebido de raíz nos edifícios novos«, salientou Isabel Cabrita.
Os radiadores catalíticos (com botijas de gás) são outra alternativa, sobretudo, porque «a grande maioria já dispõe de dispositivos de segurança«.
Embora recorram à via eléctrica, os recuperadores de calor também consomem a energia de forma mais racional, já que o aquecimento é programado durante o período de vazio (durante a noite, quando o consumo é menor) e distribuído durante o dia.
Isabel Cabrita atribui a falta de preparação dos portugueses para o frio a «uma questão de cultura«: «actuamos conforme o que aparece, não há planeamento«.
Por outro lado, a EDP Distribuição garante estar mobilizada para fazer face às necessidades de consumo dos seus mais de 5,5 milhões de clientes.
Para isso tem à disposição «recursos alternativos, aptos para serem accionados dentro do Plano de Contingência que tem previsto para eventuais situações de crise«, salientou a empresa num comunicado divulgado quarta-feira.
Segundo fonte do gabinete de imprensa, durante os períodos de consumo de maior energia, a EDP registou algumas situações pontuais de sobrecarga em troços da rede de média e baixa tensão que têm vindo a ser solucionadas através da redistribuição das cargas por outros circuitos com menor utilização.
Ana Estanqueiro, engenheira electrotécnica do INETI, reconhece que os postos de transformação estão dimensionados para «um factor de simultaneidade elevado«, mas salienta que «há que ter em conta o crescimento da procura de energia nos últimos anos, que tem subido substancialmente«.
«O problema, em princípio, reside na própria distribuição, já que uma maximização económica de utilização de cabo leva, por vezes, a diminuir os factores de segurança«, explicou.
Daí, «a necessidade do desvio do fornecimento para outras linhas, traduzindo-se num planeamento de reforço das linhas e maior atenção no que se refere à conservação da rede«, adiantou a mesma especialista.
Lusa
(16 Jan / 14:09) Diário de Aveiro |
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