SÃO JACINTO É NOVO DESTINO DE AVES RESGATADAS NA GALIZA |
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Petroleiro
São Jacinto é novo destino de aves resgatadas na Galiza
O Instituto da Conservação da Natureza (ICN) está a ponderar começar a libertar em São Jacinto, Aveiro, as aves resgatadas na Galiza atingidas pelo derrame do «Prestige«, até agora todas devolvidas à natureza na costa da Arrábida, em Setúbal.
«A partir de hoje, a libertação de aves pode variar entre a Arrábida e São Jacinto, dependendo do tipo de aves. Terça-feira, por exemplo, vêm para Portugal 26 aves de Espanha que serão soltas novamente no Portinho da Arrábida«, afirmou à Agência Lusa um responsável do ICN.
Tratando-se de aves que ficam pela costa, quando libertadas, São Jacinto é o melhor local para serem devolvidas ao seu habitat natural, o que não acontece com as aves que vão ser libertadas terça- feira, entre as quais papagaios do mar e gaivotas.
«Tratando-se de aves que vão para o mar, São Jacinto constitui um risco para essas espécies. Como fica na zona norte, próximo das zonas de poluição do Prestige, as aves podem voltar a ser petroleadas.
Não queremos correr esse risco«, adiantou.
A vantagem de São Jacinto é a proximidade da Galiza, em relação a Setúbal, o que encurta o tempo de transporte que, para a Arrábida, é de cerca de cinco horas desde o centro de reabilitação de Pontevedra.
Desde Sábado passado, o Portinho da Arrábida, em Setúbal, acolheu já por duas vezes aves petroleadas resgatadas na Galiza. Uma gaivota de asa preta foi a primeira, seguida de gaivotas, papagaios do mar, airos e tordas mergulheiras, num total de quatro dezenas só no Sábado.
Em Portugal, o ICN está a coordenar o trabalho dos voluntários, espalhados pela costa norte nacional e em dois centros de recuperação de aves, um em Esposende e outro em Aveiro.
Desde o acidente do Prestige, a 19 de Novembro, foram recolhidas centenas de aves em Pontevedra. No litoral português, segundo o ICN, foram resgatadas no litoral português (continente) 243 aves até à passada quinta-feira, a maioria a norte do Cabo Mondego.
Hoje, um representante da Liga para a Protecção das Aves (LPO) francesa disse, em Paris, que dezenas de milhar de pássaros são potencialmente afectados pela maré negra do Prestige.
A média de morte de aves nas praias espanholas ascende já a 2.000, diz a associação, calculando que com a média de derrames diários do Prestige, da ordem das 125 toneladas para uma carga total estimada em 56 mil toneladas, e com a perspectiva de a maré negra continuar pelo menos até 2004, muito mais aves vão ser afectadas.
Lusa
(16 Dez / 17:47) Diário de Aveiro |
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