OLIVEIRA DO BAIRRO, 2 - TORRENSE, 2

Mário Júlio em grande Oliveira do Bairro, 2 - Torrense, 2 Árbitro estraga espectáculo Manuel Zappa« Estádio Municipal de Oliveira do Bairro. José Carlos Silva. Auxiliares: Pinto Rocha e Carlos Rodrigues. Equipa do CA da AF Braga. OLIVEIRA DO BAIRRO - Mário Júlio (5); Paulo Costa (4), Hernâni (4), Rui Costa (3) e Vitinha (4); Pedro Paula (3), Tó Miguel (3), Jorgito (2) e Óscar Romero (1); Pazito I (1) e Miguel Tomás (2). Substituições: Aos 46m, Óscar Romero por Alexis (1); 64m, Jorgito por Alves (1); 87m, Pedro Paula por Roberto Carlos (-). Treinador: Hassan Ajenoui. TORREENSE - Raul Pina; Sérgio Santos, Esteves (Mário Rui, 85m), Gonçalo e Filipe Correia; Alexandre, Paulo Filipe (Luís Pinto, 68m), Graça e Nuno Santos; Jordão e José Maria. Treinador: Luís Brás. Ao intervalo: 1-0 Marcadores: Paulo Costa (9, g.p. e 62m), Alexandre (57m) e Luís Pinto (91m). Disciplina: cartão amarelo a Paulo Filipe (58m), Paulo Costa (62m), Alexandre (74m), Mário Júlio (89m) e Hernâni (94m). Cartão vermelho a Pazito I (92m). Estatística 28 Faltas 29 4 Remates 16 7 Cantos 7 0 Livres perigosos 4 2 Foras-de-jogo 1 Quando um homem só é o protagonista e o actor principal ao mesmo tempo, então temos de começar a crónica debaixo para cima. Num jogo que foi aberto, bonito e competitivo, o mesmo não merecia uma arbitragem tão deplorável.José Carlos Silva, que na primeira parte ninguém deu por ele, na segunda parte, transformou pela negativa o seu trabalho. Faltas inexistentes, (uma delas resultou no golo do empate do Torreense), decisões bizarras, como aquela de expulsar os soldados da paz, oito minutos de compensação sem motivo aparente, foram o pecúlio averbado pelo juiz bracarense que fez tudo para os homens do Oeste saírem da Bairrada com um resultado positivo. Que mereceram, indiscutivelmente, mas que não mereciam as ajudas do árbitro. O Oliveira do Bairro, a exemplo de outros jogos em casa, marcou cedo, mas depressa o seu futebol esvaziou-se em preconceitos e adornos, nada aconselháveis para uma competição desta estirpe e viu o seu adversário dominar os acontecimentos, mas Mário Júlio, com uma exibição miraculosa, evitou estragos maiores. O golo de Paulo Costa, o segundo, foi uma obra de arte, mas a partir daqui, o árbitro estragou o espectáculo. O Torreense, mercê da grande pressão que exerceu sobre o meio campo contrário, entrou muito forte no jogo, mas, na primeira vez que o Oliveira do Bairro desceu à área contrária, num lance aparentemente inofensivo, Graça derrubou Paulo Costa. Penalty indiscutível que o próprio jogador transformou para dar vantagem à sua equipa. Como o jogo estava aberto, mais ficou ainda, vivo, com velocidade e de parada e resposta, o que se manteve neste estado mais ou menos até a meio da etapa inicial. Foi a partir daqui que o Torreense assumiu as rédeas do jogo, foi dominador e teve em Mário Júlio o maior obstáculo, perante um Oliveira do Bairro muito macio e com pouco fio de jogo. Aos 22 minutos, após centro de José Maria, Graça, bem colocado, cabeceou por cima da barra, sendo este o primeiro de muitos avisos da equipa de Torres Vedras. Pouco depois, o endiabrado José Maria fez tudo bem feito, menos o remate e, aos 33 minutos, começou o espectáculo Mário Júlio. Graça progrediu no terreno, não teve oposição e, à entrada da área, rematou para uma extraordinária defesa (voo picado) do guardião bairradino para canto. Na sequência do lance, Alexandre não conseguiu, no frente a frente com Mário Júlio (defendeu junto ao poste direito), melhor que um canto. Um cenário que teve outros protagonistas, como foi o caso de Jordão e Gonçalo, justificando por completo o golo da igualdade. O resultado, ao intervalo, era por isso lisonjeiro para o Oliveira do Bairro. Os predicados da parte final da primeira parte mantiveram-se no início da segunda parte, com o Torreense a chegar finalmente ao golo. Graça cobrou um canto, Alexandre, com a bola ainda a bater no poste direito, a fazer o mais do que merecido empate. A igualdade durou pouco tempo. Tudo por causa de um momento de grande inspiração de Paulo Costa, que, depois de ganhar a bola à entrada do meio campo contrário, desferiu um pontapé aí a uns bons 20 a 25 metros da baliza de Raul Pina, obtendo um golo de antologia. Pensou-se que a nova vantagem adquirida trouxesse uma maior estabilidade ao futebol dos Falcões, o que não aconteceu. A equipa cedo ficou entregue a uma dádiva qualquer e ao sabor do tempo, situação que acabaria por lhe ser fatal, contando com a desastrada actuação do juiz da partida. Aos 73 e 79 minutos, o Torreense voltou a estar perto do golo. Jordão, na pequena área, cabeceou para um magistral golpe de rins de Mário Júlio, tendo no lance seguinte sido Hernâni a tirar o pão da boca ao mesmo avançado. Aos 83 minutos, num lance individual de Vitinha, que fez um chapéu quase perfeito a Raul Pina, a bola foi caprichosamente à barra, o Oliveira do Bairro podia ter matado o jogo, numa fase em que os nervos há muito estavam à flor da pele por causa da arbitragem. Que foram ao rubro com os oito minutos extra, nada plausíveis, e com a falta de Rui Costa que deu origem ao golo do empate. O golo nasceu naquele período, como podia acontecer em outro qualquer e que em nada diminui o mérito do Torreense, que justificou sobremaneira o ponto conquistado. Relativamente ao Oliveira do Bairro, a arbitragem não justifica em parte a sua exibição. A equipa voltou a cometer os mesmos desequilíbrios nos jogos em casa e, há que reconhecê-lo, o Torreense só não ganhou pelos erros na finalização e por causa de Mário Júlio. Discurso Directo Hassan Ajenoui, treinador do Oliveira do Bairro: “Lamentável” O Torreense tem uma belíssima equipa e não merecia o apoio do árbitro. O que se passou aqui é lamentável para o futebol português. Depois de marcarmos o segundo golo, talvez o árbitro tenha jurado pela vida dele que o Oliveira do Bairro não iria ganhar o jogo. Luís Brás, treinador do Torreense: “Suficiente para os três pontos” Fomos claramente superiores durante os noventa minutos. Não só pelo caudal ofensivo, mas também pelas oportunidades de golo criadas. Por tudo isto, penso que o Torreense jogou o suficiente para conseguir os três pontos. A Figura – Mário Júlio Imperial entre os postes Foi retardando ao máximo os golos do adversário. Realizou um punhado de extraordinárias defesas, duas das quais quase impossíveis, sem culpas nos golos. O número um dos Falcões do Cértima mostrou-se imperial entre os postes, revelando uma elasticidade fantástica e uns reflexos estonteantes na defesa da sua baliza. Por aquilo que fez merece nota máxima, quiçá mais do que isso. (19 Nov / 14:20)
Diário de Aveiro


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