ATÓMICOS E CERCAL FORMAM CLUBE ÚNICO

Futsal Atómicos e Cercal formam clube único Espaço a grande clube na freguesia de Oliveira do Bairro Manuel Zappa Mudam-se os tempos, mudaram-se as vontades. Antigamente, era impensável que fosse possível duas colectividades da mesma freguesia, com o mesmo cariz desportivo e em parte social, convergindo em si alguma rivalidade, fizessem a sua fusão. Foi o que aconteceu a duas associações da freguesia de Oliveira do Bairro: Atómicos e Cercal, ambas tendo como principal actividade desportiva o futsal, modalidade em que a primeira associação foi pioneira no distrito de Aveiro. As negociações começaram a ser encetadas em Julho último, embora, meses antes, se tenha aventado a possibilidade de o Oliveira do Bairro Sport Clube se associar às duas colectividades, tendo como pano de fundo o tal clube único na freguesia. António Marques, um dos directores desportivos do novo clube, adiantou a Bairrada Desportiva que, de facto, houve conversações com a direcção do clube, contudo tudo se esfumou, dado que a mesma não se mostrou receptiva para o projecto que estava previsto. Foi então a vontade dos dirigentes dos Atómicos e do Cercal que levaram por diante tão importante projecto, que é apenas desportivo, na medida em que a vertente cultural e social mantém-se como até aqui. O que muda é o aspecto financeiro, que será autónomo e gerido por responsáveis das duas associações, como também as cores, que, a breve trecho, serão as cores da freguesia. Neste primeiro ano, considerado de arranque, os Atómicos surgem com os juniores, enquanto o Cercal compete no campeonato distrital da II Divisão, tendo à sua frente dirigentes dos dois clubes, quatro por cada equipa. CIMENTAR O FUTSAL NA FREGUESIA Tozé Maia foi dos elementos que mais força fez para que a fusão entre as duas associações fosse uma realidade. A mudança foi na tentativa de uniformizar tudo aquilo que se pretende em termos de futuro: “Um dos grandes objectivos é formar um clube de raiz, um clube único que possa abrir espaço a mais escalões de formação e uma equipa sénior mais forte e que represente a freguesia de Oliveira do Bairro”. Por sua vez, António Manuel, um dos dirigentes do Cercal, também deu a sua opinião sobre esta fusão: “Penso que é boa para as duas partes. Na minha opinião não havia necessidade de existirem duas equipas de futsal na mesma freguesia”. Este é, sem dúvida, um projecto piloto, que não deixa de ser viável por causa dos resultados que possam ser alcançados, existindo muita crença no tal clube forte, único, que possa galgar as fronteiras da freguesia e do próprio concelho. Isso mesmo nos foi dito por Tozé Maia. Os objectivos são os seguintes: “A nossa ideia é cimentar o futsal na freguesia de Oliveira do Bairro, representar as coisas bem, com outro rigor que os novos tempos exigem, outra organização e outra maneira de estar, que a freguesia se una. No campo competitivo, vamos tentar fazer sempre o melhor. Se isso der para subir, tanto melhor, mas não existe da nossa parte qualquer obsessão a uma eventual subida de divisão”. Outro dos objectivos é fazer melhor do que foi feito ultimamente entre as duas associações. O plantel é formado em cinquenta por cento por jogadores de cada associação, da promoção de juniores dos Atómicos, o que na visão do director desportivo, “nos permite possuir um plantel mais forte”. Sete mil euros é quanto será o orçamento, que, segundo os seus responsáveis, advém do apoio de várias empresas e comércio da região, publicidade estática no pavilhão, que já é bem visível, Câmara Municipal, Junta de Freguesia e das duas associações. Para Tozé Maia, “no final da época, se tudo correr bem, o passo seguinte é criar um organismo autónomo”. EQUIPA MAIS COMPETITIVA Rui Neves é o treinador, ele que se notabilizou ao serviço do Oliveira do Bairro. Esta é a sua segunda época ao serviço do Cercal, tendo antes orientado a ARCA e Barrô. À entrada para a sétima época, como treinador de futsal, Rui Neves mostrou-se satisfeito com a mudança entre as duas associações: “Acredito que, em termos de organização, (possuir uma equipa melhor, mais competitiva e com mais possibilidades de lutar por uma melhor classificação), a mudança é benéfica”, acrescentando que “se for possível a subida, não a rejeitaremos. Com a fusão, o nível da equipa é mais consistente, há mais qualidade e existe mais poder de escolha, o que vem complicar as minhas opções, pois só podem jogar cinco de cada vez, mas nada que me preocupe”. (14 Out / 17:28)
Diário de Aveiro


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