DIREITO DE RESPOSTA

Exmo. Senhor, Ao abrigo da Lei da Imprensa venho, muito respeitosamente, pedir a V. Exa. a publicação, no vosso conceituado semanário, do seguinte texto: Na página 15 do vosso Jornal, edição de 19.09.2002, vem publicado um artigo sobre as Festas de Nossa Senhora das Dores do lugar do Silveiro - Oiã que decorreram de 14 a 16 do corrente mês. Esse mesmo artigo, relata alguns factos relacionados com o “abandono” do cantor Roberto Leal que, na minha opinião, não correspondem à verdade. Fui o promotor do espectáculo mandatado pela Digmª. Comissão de Festas e só tive conversações com a Srª Dª Glória Bento, “manager” do cançonetista através do telefone e, por conseguinte, essa senhora, não esteve presente, durante todo o dia, no local onde o espectáculo se iria realizar. Como tal, a Srª Dª Glória Bento, não presenciou as condições existentes. Nesse mesmo dia, fui informado, que se encontrava na sua habitação, a recuperar de um acidente vascular cerebral, vulgo AVC (trombose). Cerca das 10 horas do dia 15 de Setembro, recebi um telefonema da Srª Dª Glória Bento, para me dirigir de imediato ao Silveiro, pois o camião TIR que transportava o material para a actuação, não conseguia aproximar-se do local onde estava instalado o palco, devido ao aglomerado de carros existentes nas ruas. Respondi-lhe, pelo telemóvel, que já ia a caminho e que dentro de 20 minutos estaria no local, o que veio a acontecer. Fui então recebido por uma senhora que representava a Srª Dª Glória Bento e que me disse chamar-se Maria João informando-me das dificuldades existentes. Com a maior rapidez contactei a Comissão de Festas e informei-os do sucedido, pedindo-lhes, educadamente, a sua intervenção e ajuda para que os carros fossem retirados, o que só veio a acontecer muito mais tarde, porque os ditos automóveis pertenciam, na sua maioria, à filarmónica que efectuou a missa e a procissão. Falamos também das condições do palco e, dadas as dificuldades relativas ao mau tempo, contactei de imediato o “staff” técnico dos grupos musicias SUB 21 e TOP SOM para trazerem todo o material necessário para a realização do espectáculo, o que, também, com a maior brevidade, veio a acontecer. Um representante do “background” do cantor afirmou, perante mim e perante os proprietários dos dois grupos musicais supracitados, que não seria necessário montar as torres para suporte do material de som, porque iriam montar o espectáculo à “sua maneira”. No entanto, pedi ao Sr. Manuel Costa (Top Som) e Sr. João Tavares (Sub 21) que se mantivessem no local, com todo o seu material, até ao final do espectáculo, o que, também, veio a acontecer. Todos os elementos do “staff” do cantor foram depois almoçar e, após o repasto, regressaram ao local da actuação montando de seguida o material necessário para a actuação do cançonetista aceitando, assim, as condições existentes. Devido à forte intempérie verificada pelas 21 horas, foi necessário cobrir todo o material com toldos, tendo este serviço sido efectuado pelos elementos dos conjuntos musicais que se encontravam a dar apoio. A chuva continuava a cair intensamente e, do tecto do palco, começaram a cair alguns pingos de água. Mais uma vez, os elementos dos conjuntos musicais, subiram ao tecto do palco aprestando-se para resolver a situação. De repente, e sem comunicarem nada a ninguém, todos os elementos afectos ao cantor, começaram a desmontar o material, para surpresa de todos! Aconselhei-me de imediato com o meu advogado que me sugeriu para chamar a GNR ao local e, ao mesmo tempo, ir falar com o cantor Roberto Leal. Como eu ainda não tinha visto o cantor, pedi à Dª Maria João, para que me informasse o local onde ele se encontrava. Respondeu-me que ele já ía a caminho de Lisboa! Entrei em contacto pelo telefone, com a “manager” Dª Glória Bento, fiz-lhe sentir a minha dor e o meu desencanto e sugeri-lhe, que iria falar com a Comissão de Festas para que o espectáculo se realizasse no dia seguinte. Respondeu-me que ia contactar os músicos e, mais tarde, informou-me que era possível efectivar a actuação no dia seguinte. Reuni a Comissão de Festas, dei-lhes conta do sucedido, propus a realização do espectáculo para o dia seguinte, mas não foram coroados de êxito os meus intentos, pois a Comissão de Festas respondeu-me que “nem coberto de ouro” queriam lá outra vez o cantor Roberto Leal, porque não se tinha portado bem com a Comissão de Festas e com o público, e que, no mínimo, deveria ter vindo ao palco dar uma explicação. Palavras textuais... Esta é a verdade, nua e crua! Tudo o que for proferido para além de tudo isto, não corresponde à realidade dos factos e são muitas as pessoas que podem testemunhar os mesmos. Também não houve nenhum material que ficou avariado, conforme o testemunham os técnicos dos grupos musicais presentes e, de resto, se houvesse algum material avariado, como seria possível aceitar o espectáculo para o dia seguinte?!... Não corresponde também à verdade o facto que vem referido no vosso jornal que eu fui impedido de sair livremente do recinto das festas! Esta é uma mentira infame e caluniosa, pois, após estes tristes acontecimentos, fui apresentar o espectáculo da Ruth Marlene, estive a falar com o público, com os meus familiares, com muitos amigos presentes e com a Comissão de Festas. Cerca das duas horas da madrugada abandonei o local do espectáculo, com o meu irmão, Major João Carvalho, com o João Tavares e seu sogro, elementos do grupo musical Sub-21. Não houve um único desacato nem palavras injuriosas à minha pessoa! Regressei no outro dia, ao Silveiro, para continuação dos espectáculos. Os mesmos também não foram realizados devido ao mau tempo, pois o palco onde iria actuar o grupo musical Top Som ficou alagado de água. Curioso que, no outro palco, onde se encontrava a actuar o grupo típico Nelly Correia, foi possível efectuar-se a actuação deste grupo típico, a qual só foi interrompida devido à falta de corrente eléctrica. O conjunto típico Nelly Correia, estava a actuar no palco onde o cantor Roberto Leal teria, na véspera, de fazer a sua actuação... Curioso, não é? Com os melhores cumprimentos e consideração. De V. Exa. Atentamente (Jorge Campos Carvalho) #(4 Out / 9:39)
Diário de Aveiro


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