EXPLORAR OPORTUNIDADES DA INTERNET MÓVEL

Novas Tecnologias Explorar oportunidades da Internet móvel requer altos investimentos Explorar as novas oportunidades que oferecem as ligações à Internet através de dispositivos móveis vai requerer enormes investimentos de capital, possivelmente os mais altos da história da indústria das telecomunicações, alerta um relatório da UIT. O estudo da União Internacional de Telecomunicações (UIT), intitulado «Internet para uma geração móvel«, assinala que até ao momento a indústria investiu mais de 200.000 milhões de euros na telefonia móvel, metade dos quais na preparação da terceira geração de terminais, cujo desenvolvimento está a ser mais lento que o esperado. «A enorme quantidade de dinheiro investido significa que a operação não pode fracassar«, explicou na apresentação do relatório o director da unidade de estratégia da UIT, Tim Kelly, acrescentando que para aproveitar as enormes possibilidades disponibilizadas pela telefonia móvel em combinação com a Internet será preciso muito mais dinheiro. O perito notou que a telefonia móvel e a Internet são os dois maiores êxitos do sector das telecomunicações na última década. Tim Kelly recordou que em 2001 havia 450 milhões de pessoas ligadas à Internet, mas notou que esse era o número de utilizadores de telemóvel em 1998 e hoje já somam 900 milhões. Em seu entender, a rede deverá conhecer uma evolução semelhante. Os telemóveis fazem hoje parte do quotidiano de grande parte da população mundial e a UIT considera que com a extensão das ligações à Internet através dos telefones portáteis, os aparelhos sem fios vão invadir novas áreas da vida privada e profissional. Como exemplos, o relatório antevê futuros instrumentos médicos tão pequenos que poderão ser engolidos pelo paciente para que se possa comprovar o seu estado de saúde a partir do interior do corpo. Os peritos admitem também o aparecimento de telefones implantáveis nos dentes, chips miniaturizados nos automóveis para ajudar a condução ou sistemas de assistência de gestão para empresários através da Internet. O relatório assinala igualmente que a maioria das ligações à Internet efectuadas através de telemóvel são muito curtas, cerca de 40 por cento duram menos de 5 minutos, o que faz com que este seja um produto muito competitivo. Kelly referiu também os possíveis usos tanto dos telemóveis como da Internet que escapam até aos peritos e que, no entanto, se implantam a grande velocidade, referindo como exemplo o SMS, as mensagens curtas através dos telemóveis, cujo êxito ultrapassou todas as previsões devido ao seu uso por parte dos adolescentes. Só no primeiro trimestre de 2002 foram enviadas cerca de 24.000 milhões de mensagens curtas através de telemóveis em todo o mundo.No entanto, o desenvolvimento em telefonia móvel e em Internet não é paralelo, e apesar de algumas economias estarem a avançar muito em termos de telefonia móvel, como é o caso das Filipinas, não registam os mesmos resultados no que diz respeito à penetração de Internet. A UIT elaborou por isso um índice que mede o desenvolvimento de 200 países em termos de tecnologias de telemóveis e Internet, no qual foi tido em conta o nível de infra- estrutura, de utilizadores e de estrutura de mercados, segundo explicou a analista Lara Srivastava. Hong Kong, Dinamarca e Suécia são os pólos de maior desenvolvimento em matéria de telefonia móvel e Internet, seguidos da Suíça, Estados Unidos, Noruega, República da Coreia, Reino Unido, Holanda e Islândia, numa lista onde surpreendentemente se encontra um país como o Japão no 20/o lugar. A propósito, Srivastava assinalou que, apesar dos países que estão nos primeiros lugares na lista terem economias muito desenvolvidas, existem muitos de baixos e médios recursos que estão a obter resultados muito melhores em comparação com o seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Entre estes países, os peritos destacam a República Checa, em 24/o lugar, Roménia, 37/o, Perú, 39/o, Chile, 40/o, ou República Dominicana, em 41/o. Frente a estes, estão países desenvolvidos como a França, que apenas ocupa 21/o posto, assim como a Itália, 23/o, Espanha, 26/o e Israel 28/o. Dos latino-americanos, depois dos citados Peru, Chile e República Dominicana, situa-se o Brasil, em 43/o, Venezuela, 44/o, Argentina, 45/o, México 49/o, El Salvador, 51/o, Colômbia, 56/o, Guatemala, 81/o, Costa Rica, 98/o, Panamá, 106/o, Uruguai, 108/o, Nicarágua, 118/o, Bolívia, 119/o, Honduras, 134/o, Paraguai, 137/o, Equador, 158/o e Cuba, 165/o. Embora noutro contexto, em Portugal soube-se recentemente que o número de subscritores de serviços de acesso à Internet ultrapassou os 4,4 milhões no final do segundo trimestre de 2002, quase metade da população. Os dados foram divulgados pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM). Segundo a mesma fonte, no final do primeiro trimestre de 2002 o Serviço Móvel Terrestre era utilizado por mais de oito milhões de assinantes. Assim, no período em análise, Portugal atingiu um valor de penetração de 77,9 assinantes em cada 100 habitantes (a média nos países da União Europeia é de 75,6. Lusa (17 Set / 12:17)
Diário de Aveiro


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