O passado domingo, dia 21 de fevereiro, foi de festa para a paróquia de Mogofores.
Um dia depois da Casa Amarela (futuro Centro Paroquial e de Cultura de Mogofores) ter completado 55 anos (20 de fevereiro), a paróquia esteve em festa, pois teve lugar a sagração do altar e ambão na restaurada Igreja Matriz, assim como a bênção da nova Capela da Ressurreição (mortuária).
D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, presidiu às cerimónias que marcaram o dia e são, sem dúvida, o culminar do trabalho árduo e empenhado que vem sendo feito pela Comissão Fabriqueira e pelo pároco Padre José Fernandes, grande impulsionador das obras que na última década se têm feito nesta paróquia.
As obras na Igreja Paroquial iniciaram-se há cerca de três anos e avançaram de forma lenta mas firme, não só porque era preciso pensar bem nas soluções, mas porque sendo um tempo bastante antigo, havia necessidade de fazer uma intervenção cuidada. A prioridade, desta feita, foi para o piso, que estava muito danificado: “as pedras estavam muito feridas, com muitos remendos em cimento, impraticáveis”, recorda o padre José Fernandes.
Num templo datado pelo menos do século XVII (inteiramente renovada e ampliada em 1886), foi substituído integralmente, na nave principal do templo, todo o piso, graças à empresa Marmoguia, que ofereceu a pedra, e à Pavigrés, que deu toda a cerâmica utilizada na Capela da Ressurreição. As louças sanitárias da nova casa de banho foram igualmente oferecidas por um amigo que prefere o anonimato.
Seguiram-se as pinturas, interiores e exteriores do templo e a colocação de ar condicionado e de um guarda-vento. Também o altar e o ambão novos, em pedra, vieram conferir uma maior beleza ao templo.
No total, incluindo Capela da Ressurreição, foram gastos mais de 50 mil euros: “rapámos o tacho, graças a ofertas substanciais e às moedinhas que vão entrando”, diz o Padre José Fernandes para quem, de resto, a Capela da Ressurreição, localizada paredes meias com o templo, transformou por completo, um velho e degradado barracão num local “espaçoso e muito digno”. “Foi todo recuperado, deste o telhado, passando pelas paredes, ao chão”, fruto de um projeto de um paroquiano, arquiteto Joaquim Armindo Santos, também ligado ao executivo da União de Freguesias de Arcos e Mogofores.
“Uma parede lateral em pedra da Capela da Ressurreição foi recuperada e ficou por rebocar, estando em bruto. As traves em madeira foram mantidas”, adianta o pároco, evidenciando que foram preservados muitos dos elementos do edifício primitivo: “é uma capela com muitas janelas para a história, para o passado”, conclui.
“O projeto foi pensado passo a passo, sempre conversado, num processo e obra dinâmica que se foi desenhando por forma a dar resposta à necessidades da paróquia”, acrescenta, dando conta da construção de um wc adaptado a pessoas com deficiência, localizado junto à capela e igreja.
Segundo ainda explicação do pároco, existe também um fundamento da pastoral para a construção desta capela: “a Igreja deve ficar entre a capela mortuária e o cemitério para que os cristãos possam ir despedir-se à igreja antes de irem para o cemitério. Até agora, isto era impossível, pois a capela mortuária – Capela de S.Sebastião, localizada perto do cemitério na zona do Cabeço – obrigava a transportar o defundo da capela para a Igreja Matriz, localizada na zona central da povoação. Era impraticável.”
Por recuperar ficam os altares, com talha dourada, em muito mau estado de conservação e a precisarem de uma intervenção profunda, feita por profissionais. Uma obra dispendiosa que ficará para outro momento.
Catarina Cerca
Diário de Aveiro |