MEALHADA: MISERICÓRDIA INVESTIGA FUNCIONÁRIO POR DESVIO DE DINHEIRO

A Santa Casa da Misericórdia da Mealhada está a investigar um funcionário por, supostamente, ter falsificado documentos e se apropriar de fundos da instituição e de utentes. Ao que o JB apurou, trata-se de um antigo militar da GNR, que para além das funções que desempenhava na Misericórdia, ajudava o pároco local na recolha de donativos para a paróquia. O assunto, que está a dominar as atenções na Mealhada, levou o funcionário em causa a pedir a demissão do cargo na instituição.
A Misericórdia está a investigar, através do departamento jurídico e dos recursos humanos, as suspeitas que recaem sobre aquele funcionário – assim como o apuramento do valor que este, alegadamente, terá subtraído à instituição e aos seus utentes – para depois remeter as conclusões para o Ministério Público (MP).
Fonte próxima da Misericórdia da Mealhada explicou ao JB que o homem em causa tinha responsabilidades na instituição ao nível de assuntos ligados a cobrança, como rendas de imóveis, bancas do mercado, entre outros, sendo suspeito por burla e falsificação de documentos, assim como apropriação indevida de bens da instituição.
A mesma fonte adiantou que o funcionário “recebia os valores da instituição contra recibos provisórios criados pelo próprio”, para além de “desviar dinheiro das contas de vários utentes da instituição para as suas contas”.
Ouvido pelo JB sobre o assunto, o provedor da Misericórdia da Mealhada, João Peres, confirmou que “o assunto está em investigação e será encaminhado, depois, para o Ministério Público”, assegurando também que o suspeito terá apresentado demissão de funções, estando “proibido de entrar nas instalações da Misericórdia”.
Sem avançar com os valores que podem estar em causa, fonte próxima da direção da instituição acredita que o assunto pode envolver “largos milhares de euros”, remetendo mais explicações para a altura em que terminarem as investigações.
O assunto que vai marcando as conversas de rua na Mealhada nos últimos dias, chegou igualmente em formato de denúncia ao nosso jornal, dando conta que o homem em causa é auxiliar na Paróquia da Mealhada, responsável pela recolha dos peditórios das missas.
Abordado sobre o assunto, o padre José Gonçalves já disse ao Jornal da Bairrada que o indivíduo em questão é responsável pelos depósitos na Caixa do dinheiro recolhido nas missas e que não tem nenhuma suspeita de que “algo errado possa ter sido feito”. “Não tenho nenhuma suspeita. Está tudo correto”, afiançou.
O JB tentou contactar o ex-funcionário em causa, não o conseguindo fazer em tempo útil, antes do fecho desta edição.
João Paulo Teles


Diário de Aveiro


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