Em 1978 Chico Buarque, cantor e compositor brasileiro, apresentava ao povo português a música “Tanto mar”, na qual exultava a “bonita festa, pá” que tinha sido a revolução de 25 de Abril de 1974. E o que é tem isso a ver com a inauguração de uma obra de arte contemporânea na Vagueira? Tem tudo, “Pá”. Era isso ou dizer falar numa inauguração “molhada” que, então, “abençoada”. E não quisemos ir por aí. Até porque, no Verão, isso nem sequer rima. Voltemos, por instantes a Chico Buarque, dizendo, por exemplo: “tanto mar” que podia ter percorrido a criatura marinha criada pelo escultor Paulo Neves, e que desde ontem passou a receber quem visita a Quinta da Boa Hora, junto à Ria, na Vagueira. Fica giro, não fica, “Pá”? “Pá” essa que até partiu da iniciativa de José Giro que convidou o escultor Paulo Neves para trabalhar uma pá eólica.
A iniciativa que decorreu ao final da tarde de ontem, juntou várias dezenas de populares que se quiseram associar a este momento, tal como várias entidades vaguenses. “Esta foi uma iniciativa da sociedade civil, à qual a Câmara Municipal de Vagos se quis associar”, referiu Silvério Regalado, presidente da autarquia vaguense, elogiando a “audácia e ambição” necessárias para levar esta iniciativa para a frente, contribuindo para “colocar a Vagueira na rota da arte contemporânea”, elogiou o autarca vaguense, numa ideia também defendida por Arlindo Neves, presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Boa Hora.
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