A RATA E A NEVE

A rata e a neve Era uma vez uma rata Que vivia no meio do mato. Chamava-se Marta E o seu pai Tato, Um dia, por causa do frio, Tato adoeceu, Tanto sofreu, tanto gemeu Que ao fim de uns dias morreu. Marta ficou sozinha Naquele mato maldito E, enquanto arrumava a cozinha, Pensava no seu paizito. Passava os dias a chorar De tão triste que estava E quanto mais o tempo passava, Mais ela chorava. Foi então que um dia o vento Lhe trouxe uma mensagem: Que fosse lá para fora E olhasse para a paisagem. E quando foi à rua, Marta mal se conteve. A floresta não estava nua, Mas sim coberta de neve. Olhava à sua volta e só via branco, Branco, branco e branco. Quanto mais o apreciava, Maior era o espanto. Fez amizade com a neve E com ela brincou, sem demora. Só não sabia que em breve A neve se ia embora. Foi numa manhã de Primavera, Ao olhar lá para fora, Que Marta Maria Vera Viu a neve ir-se embora. Chorou, chorou e chorou, Chorou todo o tempo E durante esse tempo esperou Por outra mensagem do vento. E numa noite de luar Abriu a porta e gritou: - Aí está neve, a cantar. Porque só agora voltou? Então, a neve contou-lhe Com toda a alegria Onde tinha estado Até aquele dia. Marta Maria Vera Ficou feliz ao poder escutar Que durante a Primavera A neve ia pessear. Tiveram uma longa conversa E o tempo passou a correr Mas a neve sempre perversa Partiu sem nada dizer. Desta vez, Marta, a ratita, Não ficou em estado de revolta Pois sabia que a neve Tinha ido dar uma volta. Foi assim durante anos Que aconteceu no mato E de tão feliz que estava Marta esqueceu Tato. Rita Simões (10 anos) Anadia (21 Ago / 14:01)
Diário de Aveiro


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