No passado dia 25 de Abril, enquanto Portugal assinalava mais um aniversário da revolução que devolveu a liberdade ao país, do outro lado do mundo, no Nepal, uma brutal revolta da natureza roubava a tranquilidade a um país com um passado recente assolado pela sombra de uma guerra civil que durou cerca de uma década, e que só terminou em 2006. A notícia abalou o mundo. Milhares de mortos e outros tantos desaparecidos mostraram um cenário desolador num país conhecido, sobretudo por ser considerado o “tecto do mundo”, por ser a “morada” do monte Evereste, o ponto mais alto do globo. Como é habitual neste tipo de situação, as informações foram chegando a conta-gotas. Entre a descoberta de aldeias completamente destruídas, os casos de sobreviventes encontrados debaixo dos escombros, vários dias depois da tragédia, representavam novas esperanças.
Presente naquele país encaixado entre a China e a Índia, encontrava-se a aveirense Vanessa Aires, de 27 anos, que chegara ao Nepal como voluntária, em Outubro de 2014. Destacada na pequena cidade de Tikapur – a cerca de 500 quilómetros de Katmandu, a capital e cidade mais atingida pelo sismo – Vanessa Aires pouco sentiu do terramoto que matou entre oito e 12 mil pessoas. “A zona onde estava foi muito pouco afectada pelo sismo”, conta ao Diário de Aveiro, depois do regresso à sua cidade natal no início do mês de Junho. Para trás, deixou uma experiência que a marcou para a vida, e que lhe deixou um desejo muito forte: continuar a ajudar o Nepal (ver caixa). No início desta semana, o Governo nepalês estimou em 6,2 mil milhões de euros os prejuízos causados em cerca de um mês de sismos e réplicas. Toda a ajuda será bem recebida, seguramente.
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