A Banda da Mamarrosa
Uma aposta de sucesso (num convívio de convergências...)
Mais um ano a percorrer, mais um passo a evoluir e mais um conjunto de actuações a concretizar. E a banda por que está constantemente a renovar-se para paulatinamente ir subindo a escala de uma determinada meta a atingir, cada vez exige mais, quer do seu corpo executante, quer consequentemente dos seus órgãos sociais directivos. E, dentro desta linha de rumo, nenhum tempo se compadece com quebras de ritmo neste processo de constante renovação. Há que caminhar sempre e concomitantemente ir investindo, tanto em recursos humanos, como técnicos e artísticos.
As instituições públicas como a banda necessitam, pois, de uma base de apoio firme e certa para bem se fixarem e poderem caminhar. E, por isso mesmo e de forma alguma se podem bastar a si mesmas, pelo menos em termos económicos.
Isto mesmo compreende bem a sua direcção ao dinamizar e activar vários meios e formas de ajuda e cooperação para poder equilibradamente manter e desenvolver, ainda e cada vez mais, todas as potencialidades do capital humano de que actualmente a banda é detentora.
Banda jovem, com gente jovem e com aspirações jovens - é um desafio permanente a quem a dirige, quer logística, quer artisticamente.
Foi dentro destes parâmetros que se realizou mais um convívio, no passado dia 27 de Julho. Segundo o próprio presidente da Direcção da Associação Beneficente, Cultura e Recreio da Mamarrosa, em que se inclui a banda, o convívio teve essencialmente dois objectivos: “promover a coesão, espírito de camaradagem e união entre os seus membros e, ao mesmo tempo, angariar fundos para uma das suas actuais e mais prementes necessidades” - aquisição de instrumental e desta vez duas tubas que estiveram expostas mesmo no local - Parque das Merendas, junto à piscina da Mamarrosa, no Complexo das Obras Sociais.
Cumprindo estes objectivos foi assim estabelecido um detalhado programa para o dia inteiro.
9 horas - Torneio de futebol 5 e, paralelamente, desafios de voleibol e matraquilhos;
13 horas - Almoço-convívio, na frente da sede da banda, junto ao busto do seu fundador.
À tarde - continuação dos jogos de matraquilhos, torneios de cartas e piscina.
19h30 - Início do convívio geral, então extensivo também a vários associados, convidados, autoridades, amigos e simpatizantes da banda.
No meio de toda esta gente jovem e menos jovem, metemos conversa com várias pessoas sobre mais este evento a que todos quiseram acorrer de boa vontade para dizer: Presente.
Mas foi muito especialmente a conversa com os músicos que aqui queremos registar para assim sabermos algo de real sobre esta colectividade artística e cultural. Aliás, todos, gostarão de conhecer, supomos nós, alguma coisa da banda, na actualidade.
Prazer pela música, camaradagem e amigos continuam a cativar jovens e menos jovens
Por exemplo, por que tem tantos jovens que cá continuam com gosto e interesse, apesar das fortes exigências a que obrigam certas directivas da banda: aprendizagem sistemática e intensiva, com horários a cumprir em ensaios e actuações, hoje que o mundo à volta exerce sobre eles grande pressão, oferecendo tantas e tão aliciantes alternativas e ainda quando todos têm, em paralelo, o seu trabalho profissional ou na grande maioria um outro trabalho ainda bem mais meticuloso e complicado como é o estudo?
E, foi assim com base nestes preâmbulos, que falámos, primeiro, com alguns dos mais novitos, entrados há pouco: Fábio Rodrigues, Diogo Canas, Nuno Luzio e Diana Bernardo. Sabem o que nos contaram estas crianças? Que gostavam de andar na banda porque aprendiam, enquanto ocupavam os tempos livres, que cá fazem novas amizades e que têm oportunidade de conhecer outros lugares. E acrescentaram que muitas freguesias gostariam de ter uma banda como tem a Mamarrosa. E mais: que a Banda está a evoluir e que o maestro actual foi uma boa escolha.
Como vêem, mesmo os mais pequenos já têm uma noção bem exacta e clara do que a banda representa e da sua importância.
De seguida, foi a vez dos jovens: Luís Tribuna, Isabel Pacheco, Marisa Cravo, Ricardo Alves e Liliana Esgueira. Continuam presos à banda pelos amigos, pelo convívio e pela música. Falam da sua banda como de uma instituição que tem vindo a evoluir no sentido de melhorar constantemente. Segundo estes jovens, a banda é hoje gerida com uma grande dinâmica de acção, muito aberta e voltada para o futuro e em que todos têm direito ao seu espaço, podendo mesmo apresentar as suas sugestões.
E vieram, por fim, os jovens um pouco mais velhos, apenas três: António Maia, Adérito Tavares e Álvaro Canas. Como os outros executantes já ouvidos, confirmaram que estão na banda pelo prazer da música, pela camaradagem e pelos muitos amigos que foram fazendo, não só aqui, mas também pelos locais aonde se têm deslocado. Aliás, confessaram que continua viva e forte a sua curiosidade por novos sítios e que cada partida é o caminho para uma nova descoberta. Entendem a banda como a sua segunda família e conversaram sobre a relação entre todos, lembrando que são à volta de 60 elementos, cada qual com a sua ideia que é preciso compreender para bem gerir e chegar a consensos.
Novos instrumentos – a grande prioridade
E focaram alguns problemas com que a direcção se debate no presente. Embora com vários projectos de inovação, a verdade é que previamente têm sempre de ponderar a questão monetária e, no momento, a falta de instrumentos com a qualidade e precisão indispensáveis a um bom rendimento artístico, é a primeira prioridade. Daí que, um dos objectivos deste convívio tenha sido a angariação de fundos para as duas tubas. E há outros, instrumentos que devem também ser adquiridos, pois os que existem não dão a rentabilidade desejável, decerto pelo desgaste próprio do tempo e da constante utilização. Acontece que, alguns músicos até estão a utilizar os seus próprios instrumentos, estando assim em desigualdade perante os colegas que usam os instrumentos da banda.
Precisamente, o presidente da Associação B.C.R., Eng. Arsílio Canas, na pequena alocução proferida após uma fugaz mas brilhante e descontraída actuação da banda e antes da refeição das 19h30, após saudar todos os presentes, focou este aspecto da angariação de fundos para as duas tubas, mostrando-se muito confiante, pois disse que, “já no convívio do Verão do ano passado também tinha motivado as pessoas para a compra de um novo fardamento”. E o fardamento comprou-se e pagou-se. Por isso, também agora era o momento de mais uma vez agradecer e o presidente assim o fez, esperando, ao mesmo tempo, de todos a continuação da melhor boa vontade a favor da banda que tem, em si, capacidade para continuar a subir de mérito até um elevado patamar, como já foi dito.
Rosinda de Oliveira
(8 Ago / 11:56)
Diário de Aveiro |
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