“Ainda bem que estão aqui. Podes carregar no botão para fazermos um exercício de arranque?” É sempre positivo quando vamos fazer um trabalho e quem nos recebe encontra alguma utilidade na nossa presença. Nem que seja para um “trabalho extra” que nada tem a ver com a nossa ida ao local. Gostamos de nos sentir úteis. Foi isso que sentimos nas palavras de Eelhe van der Wal, o treinador da selecção paralímpica da Holanda, com quem nos cruzámos na semana passada numa incursão pelo Velódromo de Sangalhos. A nossa presença ajudou-os no treino, mas não pense que não exigimos nada em troca. Espere para ver.
Ao entrar no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Anadia, em Sangalhos, somos recebidos por duas camisolas de Campeão do Mundo de ciclismo. Mais uma de campeão nacional. E uma outra da selecção nacional. Assim, como se fosse fácil. Se dúvidas houvesse, as dedicatórias “ao município de Anadia” pelo seu contributo em prol do desenvolvimento do ciclismo dissipá-las-iam. É uma prova da importância daquele centro desportivo localizado no município de Anadia, mas que ultrapassa em muito as fronteiras da região e até do país. É mais uma prova, rectificamos. As principais provas são os resultados conseguidos por quem ali trabalha. E foi disso mesmo que fomos à procura.
Voltemos à selecção paralímpica de ciclismo de pista – sim, andamos às voltas, é para transportar o leitor para o ambiente do velódromo. Conforme nos confidencia o seleccionador da equipa “laranja”, esta é a primeira vez que traz os seus atletas a Sangalhos. A primeira de várias, garante-nos. “Com certeza que voltaremos. Aliás, estamos a pensar fazer aqui a última preparação para os Jogos Paralímpicos de 2016”, anuncia.
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