A pista olímpica de BMX de Sangalhos, (orçada em cerca de 400 mil euros) junto ao Velódromo Nacional, desde o início da sua construção, foi tudo menos consensual. Aliás, desde o lançamento da primeira pedra, em setembro de 2013, foram já os vários reveses que a obra sofreu, inviabilizando a sua conclusão no prazo inicialmente definido.
Lançada a primeira pedra, em cerimónia com toda a pompa e circunstância (em vésperas de eleições autárquicas), houve a necessidade de avançar para um segundo concurso público, depois do primeiro ter falhado.
Seguiu-se, mais tarde, a necessidade de remodelar o projeto da pista e agora, mais recentemente, dificuldades na aquisição das restantes parcelas de terreno para a implantação da pista.
Aumento da pista. Uma enorme dor de cabeça para a Câmara Municipal de Anadia que, para além de se ver obrigada a dar cumprimento à nova regulamentação internacional imposta pela UCI (União Ciclista Internacional), que exige o aumento da área para a construção da pista de BMX, está com dificuldades nas negociações dos terrenos.
De acordo com as atas das reuniões do executivo de 5 de novembro e de 10 de dezembro de 2014, a autarquia tem andado às voltas com a aquisição de duas parcelas não havendo entendimento quanto ao valor a atribuir pelas mesmas.
Uma situação que se prende com o facto de se ter registado alteração nas regras internacionais sobre este género de pistas. A autarquia anadiense teve de reformular o seu projeto inicial e redimensionar a extensão da pista, já que a UCI “veio dar novas orientações” para a sua construção, nomeadamente o aumento da área de implantação.
Negociação difícil. Segundo sabemos, foi necessário aumentar 30 metros à pista e, não tendo a autarquia terreno suficiente para dar cumprimento a essas orientações, viu-se obrigada a efetuar a aquisição de mais parcelas de terreno. Um novo revés na construção da obra, já que a aquisição de novos terrenos não tem sido uma tarefa fácil.
Num processo que ainda não terminou e em relação ao qual, apesar da insistência do JB, a edil Teresa Cardoso declinou dar mais explicações, JB sabe que entre compras e expropriações, a obra será oportunamente candidatada a fundos comunitários.
Questionada na última assembleia municipal, de 28 de fevereiro, pelo deputado Artur Salvador, do PSD, sobre esta matéria, a presidente explicou que “a obra não está a concurso” e que, face ao atraso, o executivo está “a tentar enquadrar a Pista numa candidatura ao próximo Quadro Comunitário”.
De qualquer forma, depois de lançada a primeira pedra nesta obra, em setembro de 2013, devendo a mesma ter ficado concluída no verão de 2014, a verdade é que no final do primeiro trimestre de 2015, a sua conclusão está longe do fim.
Esta será a primeira pista olímpica de BMX em Portugal. A pretensão da Câmara Municipal é concentrar no Velódromo Nacional todas as modalidades relacionadas com o ciclismo, ficando este equipamento capacitado para a realização de competições internacionais e nacionais.
Aquando da inauguração do Centro Escolar de Sangalhos, o vice-presidente da autarquia anadiense, Jorge Sampaio, explicou que a primeira reta da pista, por exemplo, tem mais 30 metros e que sendo esta a primeira pista, em Portugal, com as dimensões e especificidades técnicas olímpicas, estão já a ser estabelecidos contactos com outros países interessados em fazer aqui estágios.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
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