Cinco anos após a primeira edição do “Clarinet Talents”, o festival deixa Santa Comba Dão e chega a Aveiro, com o objectivo de continuar a crescer. Sérgio Neves – que, juntamente com Luís Carvalho, também docente da Universidade de Aveiro, é coordenador artístico do Festival –, fala dos objectivos deste evento que vai trazer à cidade alunos de vários pontos da Europa e os maiores especialistas internacionais do instrumento.
Diário de Aveiro: Qual a importância de Aveiro receber a 5.ª Edição do Festival Internacional “Clarinet Talents”?
Sérgio Neves: O Festival surgiu em Santa Comba Dão, em 2010, e teve sempre o objectivo de ser itinerante – algo que nunca foi possível de fazer devido a dificuldades financeiras. Entretanto, fui convidado para dar aulas na Universidade de Aveiro e, juntamente com o meu colega Luís Carvalho, decidimos que era importante trazê-lo para a cidade de Aveiro. A cidade tem outro tipo de condições: tem orquestra, tem este edifício extraordinário, tem cantina, tem auditórios e tem as residências [universitárias]. E isso permite-nos fazer quase tudo dentro do Campus, facilitando, em termos de mobilidade, a vida dos alunos que vêm de fora. Além disso, a nossa vinda para Aveiro torna maior o impacto do Festival, a nível nacional e internacional.
Além do local que o acolhe, que outras novidades traz a edição deste ano?
Em cada ano que organizámos o Festival tivemos uma das grandes marcas construtoras de clarinetes a patrocinar individualmente. Este ano, conseguimos reunir os apoios das três marcas, o que fez com este Festival ganhasse uma dimensão ainda maior. Temos solistas que são reconhecidos a nível mundial. O Alain Damiens, o [Josep] Fuster, ou Justo Sanz são nomes bastante conhecidos nos fóruns internacionais. O Alain Damiens é o “Cristiano Ronaldo” dos clarinetes (risos) – estreou as obras de um grande compositor (Pierre Boulez), é solista do Ensemble Contemporâneo de Paris, sendo uma das grandes referências internacionais. Em termos de artistas nacionais, temos o solista da Casa da Música – que também é uma grande referência –, e convidámos um jovem solista, o Horácio Ferreira, que foi o “Jovem solista do ano 2014” num concurso promovido pela Antena 2.
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