Está aí o mais recente projeto musical da Bairrada. Orquestra Desigual da Bairrada é o seu nome e nasceu no passado dia 9 de fevereiro, dia em que foi celebrada a escritura pública desta associação.
Pela mão de 19 sócios fundadores, esta associação, sem fins lucrativos e com sede em Anadia, propõe-se juntar pessoas com os mais diversos gostos musicais, com o intuito de promover o desenvolvimento musical, proporcionando a melhor ocupação dos tempos livres, através desta prática.
A paixão pela música. Esmeralda Ferreira é a presidente da direção, mas acompanham-na nesta aventura anadienses bem conhecidos como Júlio Ferreira, Joaquim Peixinho, Olga Peixinho, Armando Castro, Teresa Castro, António Dias (Tony), Felizardo Bandeira, Maria da Conceição Bandeira, António Margalho, Nuno Moura, José Moura, Irene Cruz, Lilia Coelho, Conceição Coelho, Esmeralda Sequeira, José Maria Lopes, Gorett Cruz e Nelson Serrano.
Todos têm em comum o gosto pela música, pela confraternização. “Alguns de nós já nos conhecemos há anos e gostamos de nos juntar para tocar. Aprendemos muito uns com os outros”, adianta Esmeralda Ferreira. E foi esta paixão pela música, aliada ao sonho de um dos elementos que deu asas ao projeto “Orquestra Desigual da Bairrada”.
“Começámos a reunir para ensaiar e fazer avançar a Orquestra. Em meio ano, o projeto está pronto a ser dado a conhecer ao grande público”, adianta. Quase todos, de uma forma mais direta ou indireta estão ligados a projetos musicais, ou a iniciativas de cariz mais social ou solidário. Então, por que não ter em Anadia uma Orquestra? O vazio, dizem, justifica-o e a vontade falou mais alto.
“Temos desenvolvido atividades musicais em várias associações e em termos de solidariedade e achámos que havia uma necessidade de reunir elementos que andavam a tocar de uma forma dispersa”, diz Esmeralda Ferreira.
O nome, como nos revelou, “diz tudo”. Desigual porque o grupo se propõe tocar música popular portuguesa, tradicional, clássica, música de tuna, enfim vários géneros musicais, numa orquestra que se quer o mais abrangente possível. Desigual porque é liderado por uma mulher; Desigual porque quer ter em palco uma presença informal; porque a média de idades dos músicos (à exceção de uma jovem música muito talentosa) ronda os 50/60 anos, embora todos com espírito tão jovem quanto irreverente.
Convite a jovens músicos. Daí o apelo que lançam aos jovens músicos da Bairrada que tocam em bandas ou filarmónicas, por exemplo, para que venham também abraçar este projeto, já que ainda têm carência de músicos nas áreas dos metais, violinos e clarinetes.
Ensaios e atuações. Os ensaios decorrem desde finais de 2014, em Mogofores, no edifício da antiga Junta de Freguesia, às quartas-feiras, a partir das 21h.
A apresentação pública do grupo terá lugar no próximo sábado, dia 21 de fevereiro, pelas 21h, no Cineteatro de Anadia.
Um evento, cuja angariação de fundos reverterá a favor do CAT (Centro de Acolhimento Temporário) de Sangalhos e que será “apadrinhado” por três grupos (Animatus Band, Gonçalo Tavares, Fado ao Centro) que vão participar neste espetáculo de duas horas.
O grupo, que começa a dar os primeiros passos, vai também atuar no próximo dia 1 de março, na Palhaça, mas admitem sonhar com atuações fora de portas. Oliveira do Bairro, Águeda, Aveiro, Mealhada e Coimbra são locais preferenciais: “tocamos onde precisarem de nós”. Para já, está em curso a angariação de novos associados e, no futuro, poderão nascer outras secções como aulas de música, teatro, e quem sabe um dia, um lado mais recreativo ou desportivo.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
Diário de Aveiro |