Diário de Aveiro: É líder concelhio do PS há um ano. Tem corrido como esperava?
Pedro Pires da Rosa: Tem. Neste primeiro ano temos feito sobretudo trabalho interno e também algum ajustamento que era necessário entre a direcção política e os nossos autarcas. As coisas não são simples - os encaixes não são feitos logo à primeira, é normal um período de ajustamento. Houve também uma opção política clara de não fazer uma pressão de oposição – para além da oposição regular dos cargos autárquicos – que permitisse ao presidente da Câmara recém-eleito dizer ao que vinha. Agora, virado este primeiro ano com tão pouca actividade, é altura de o PS começar a obrigar o presidente da Câmara a preparar bem o concelho. O Programa de Ajustamento Municipal (PAM) vai condicionar a vida de todos os aveirenses para os próximos 10, 15, 20 anos e o PS não pode ficar de fora e tem de ser ouvido – e não só o PS, mas todos os aveirenses. É um plano que pode ou não resolver os problemas do município e que vai causar muitos constrangimentos aos cidadãos, como aliás se vê com o aumento da derrama e do IMI. O executivo aprovou o aumento logo este ano e não precisava de o fazer – o PS votou contra e não podia ser de outra maneira. A recuperação financeira não pode só ser feita através dos aveirenses e dos contribuintes com o aumento das receitas fiscais, mas também através de um plano de reestruturação das despesas. Precisamos de perceber se Ribau Esteves não passa de um “flop”, como até agora tem sido, ou se vai ser capaz de apresentar um plano em que os aveirenses acreditem e cumpri-lo. Essa é a nossa dúvida – uma dúvida cada vez mais fundada pelo facto de ter tomado posse em Outubro e ainda não ter posto cá fora nem sinal do seu plano para o crescimento do município e para a recuperação financeira.
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