É um programa que pode marcar um ponto de viragem na forma como as Universidades e a sociedade civil interagem. As Universidades de Aveiro e do Minho assinaram hoje com os directores e representantes das dezasseis instituições culturais, educativas e artísticas, um acordo para uma Rede em Estudos Culturais. Manuel Assunção, Reitor da Universidade de Aveiro, salienta o carácter prático desta acção e a forma como pode ligar os agentes no terreno "elevando o grau de conhecimento". "Esta realização permite que os parceiros se conheçam melhor. O individualismo é uma realidade portuguesa que viabiliza a dessincronização. É importante o diálogo entre instituições. Espero que este programa sirva para ter agendas partilhadas", referiu. Esta parceria resulta do esforço do Programa Doutoral em Estudos Culturais. Os integrantes desta Rede são, para além das Universidades de Aveiro e do Minho, o Museu Santa Joana, o Teatro Aveirense e o Museu da Cidade de Aveiro, o Teatro Nacional São João, a Casa da Música, a Fundação Serralves, o Theatro Circo, a Casa das Artes de Famalicão, a Fundação Vila Flor, o Movimento Democrático das Mulheres, a IUNA, Instituto Internacional Casa de Mateus, as Direcções Regionais da Cultura do Norte e do Centro, o Museu Nacional da Imprensa, a Culturgest e a Fundação Calouste Gulbenkian. António Cunha, Reitor da Universidade do Minho, afirma que o 'Campo da Cultura' "vem repor a atenção no homem e no sentido prático dos esforços de formação que estiveram durante muitos anos voltados apenas para a produção de professores para as Universidades". "É fundamental uma articulação entre o ensino e a investigação. Um projecto de terceiro ciclo é de ensino e investigação com impacto na sociedade. É um desafio para as Universidades que, passam de um quadro de doutorandos para as alimentar para a formação de agentes interventivos na sociedade". A criação desta rede significa, na prática, que os doutorandos do Programa Doutoral em Estudos Culturais poderão investigar os processos artísticos, educativos e culturais realizados nas instituições parceiras ou estudar os acervos artísticos, bibliográficos e documentais das mesmas, abrindo-se assim a um "fértil campo para a produção de conhecimento científico sobre arte, cultura e sociedade em Portugal sob a perspectiva dos Estudos Culturais". A responsável pelo programa em Aveiro diz que é um caminho feito ao longo dos anos e que agora passa ao campo prático. "Temos artistas, pintores, músicos, gente da literatura e história, tendo, assim, massa-crítica para orientar muitos alunos nesta aventura custosa e difícil. O programa é internacional com alunos jovens e de mais de 80 anos. É um orgulho para nós". Diário de Aveiro |