“SINTO QUE ANDO A PERDER TEMPO EM NEGÓCIOS QUE DESDE O INÍCIO DEVERIAM SER PROIBIDOS” - JOÃO PAULO PEDROSA.

João Paulo Pedrosa anunciou na última noite a saída da direção do núcleo de Aveiro da Quercus. O dirigente que tinha sido eleito para um mandato de dois anos afirma-se desgastado com as “batalhas” que tem travado considerando que não há eco das teses defendidas ou dos valores que foram colocados em primeiro plano pela associação ambientalista.

“Sinto que ando a perder tempo em negócios que desde o início deveriam ser proibidos, coisas que não fazem sentido mas que ainda assim vão para a frente, apenas porque favorecem negociatas. Dos eucaliptos às sucatas de automóveis, passando pelo urbanismo e pelas políticas do mundo rural, parece-me que retrocedemos perigosamente em todas as frentes”.

Conhecido nos últimos anos pela oposição à localização do projeto do Parque da Ciência e Inovação, em terrenos na Coutada, João Paulo Pedrosa não esconde que esse é um dos dossiês que provocou forte desgaste.

“Durante anos andámos a explicar que esta questão teria que ser revista, por não cumprir com a legislação, mas todos os políticos fecham os olhos. Tivemos que ser nós, uma simples associação de voluntários, a denunciar a situação judicialmente. E claro que assim, de forma algo anormal, as nossas questões nunca tiveram uma resposta satisfatória”.

Na hora da saída, o dirigente assume que o diálogo com a classe política chegou a uma fase de insustentabilidade. “Reunir com políticos ou dirigentes que prejudicam o interesse público, enviar ofícios que não têm resposta, fazer queixas que demoram um ano a serem analisadas, para mim basta”.


Diário de Aveiro


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