No passado dia 28 de novembro, o Gabinete de Estudos Distrital do PSD/Aveiro, promoveu, em parceria com a Comissão Política do PSD/Anadia, uma palestra subordinada ao tema “Desenvolvimento Rural e Agrícola – Distrito de Aveiro e Programas de Apoio”, que ocorreu no auditório do Museu do Vinho, em Anadia.
Este colóquio abordou, entre outros aspetos, o Programa de Desenvolvimento Rural 2020, e respetivas linhas orientadoras, estratégias e medidas de apoio, a importância do setor vitivinícola para a região e para o país, e o futuro do Baixo Vouga Lagunar.
A iniciativa contou com a presença do Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, Pedro do Ó Ramos, Ulisses Pereira, para além de diversos dirigentes nacionais e distritais do Partido, de dirigentes do Ministério da Agricultura, de vários autarcas e deputados do distrito.
Numa sessão aberta pelo presidente da Concelhia do PSD de Anadia, Henrique Fidalgo, que se mostrou bastante satisfeito pela escolha de Anadia para a realização desta iniciativa, foram as palavras do Secretário de Estado que marcaram o encontro que deu a conhecer a estratégia na implementação dos diferentes programas de apoio ao mundo rural.
A implementação do Programa Portugal 2020 (novo quadro comunitário de apoio) assim o exige. O quadro de programação Portugal 2020 está assente em quatro eixos temáticos essenciais: competitividade e internacionalização, capital humano, inclusão social e emprego, e sustentabilidade e eficiência no uso dos recursos. O Programa Portugal 2020 adota os princípios de programação estabelecidos para a implementação da Estratégia Europa 2020 e consagra a política de desenvolvimento económico, social, ambiental e territorial necessária para apoiar, estimular e assegurar um novo ciclo nacional de crescimento, tendo como prioridade as exportações e o emprego.
Na opinião do Secretário de Estado, Portugal necessita, com urgência, de se tornar autossuficiente em termos agroalimentares. Os défices produtivos terão que findar. O advento recente de jovens agricultores é uma boa notícia. No entanto, a produção terá que se diversificar. Referiu ainda que, neste momento, Portugal é o primeiro país da União com candidaturas abertas ao programa LEADER (ligações entre ações de desenvolvimento da economia rural). Concluiu, afirmando que as políticas agrícolas europeias terão que passar por um modificação de paradigma – a aposta na agricultura amiga do ambiente.
Mário Sérgio Nuno, da Quinta das Bágeiras (recentemente distinguido pelo Presidente da República com a medalha da Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Agrícola), num périplo pelos seus já 25 anos de história na vinha, realçou que o setor agrícola nacional e, particularmente o vitivinícola, padecem de um problema, que se objetiva na falta de uma imagem forte, que alavanque uma conveniente promoção internacional. Atualmente, cada região produtora pensa apenas na sua “capelinha”. Na sua opinião, deveria ser o Governo a investir na tarefa de dar a conhecer a riqueza e diversidade enológica do País. Salientou também, que a majoração dada a associações de produtores no apoio à produção e/ou investimento, não deve ser reservada apenas a este segmento e deve também, no mesmo sentido ser direcionado para produtores individuais, porque ambos, potenciam o setor nacional, e têm objetivos diferentes.
Sobre o Baixo Vouga, Magalhães Crespo, da DRAP (Direção Regional de Agricultura e Pescas) Centro, deu a conhecer os mais de 40 anos de história, de avanços e de recuos para potenciar uma área tendencionalmente agrícola – o Baixo Vouga Lagunar, uma área que graças à coragem e persistência dos agricultores é hoje uma área, capaz de um contributo importante para o PIB nacional no setor. É necessário e imperativo para que tal aconteça, um último investimento forte e estratégico para dotar o Baixo Vouga, de competências agrícolas definitivas, o que só se vai conseguir quando vencermos de vez o avanço da água salgada por terras com apetência agrícola pura.
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