INDONÉSIA QUER COLOCAR ALUNOS EM UNIVERSIDADES PORTUGUESAS E AVEIRO É REFERÊNCIA.

O embaixador da Indonésia em Portugal incentivou os empresários da Região de Aveiro a dedicarem atenção ao mercado asiático e a um país que está interessado em serviços de qualidade em áreas como a saúde, o ensino e as obras públicas. Mulya Wirana reforçou a intenção com o anúncio de pretender incrementar a vinda de estudantes indonésios para Portugal.

“É preciso ser competitivo na qualidade e no preço. Digo muitas vezes para os empresários tentarem em Portugal soluções que são de qualidade e mais económicas. Conto visitar o Reitor da Universidade de Aveiro porque este é o tipo de área que procura encontrar mais clientes do estrangeiro. As universidades funcionam como empresas e atraem estudantes estrangeiros. O meu governo está a investir em educação porque a população em 20 ou 30 anos terá mais de 60% das pessoas em idade ativa. Há bolsas para quem procura estudar no estrangeiro. E Portugal tem vantagem sobre ingleses e americanos em mestrados e doutoramentos. Em vez de irem para Inglaterra ou Estados Unidos podem vir para Portugal. Porque não? Pelo custo de um estudante em Inglaterra conseguimos colocar dois ou três em Portugal. O custo de vida é diferente. É preciso promover isto. Nesses países as universidades promovem-se como qualquer empresa”.

O diplomata falava para empresários e não esqueceu serviços que nem sempre são colocados na lista de prioridades ou quando surgem como prioridade reportam-se a mercados europeus mais próximos do destino.

“Vocês têm cuidados médicos avançados, laboratórios, hospitais, centros de investigação em doenças cardíacas e cancro. Isto pode atrair estrangeiros a fazerem cá tratamentos. Na Alemanha é bem mais caro. Na minha curta observação, porque estou cá há poucos meses, vejo oportunidades para as empresas e universidades, e hospitais que podem atrair pessoas em investigação e cooperação. Esta quarta-feira uma delegação da Indonésia vem a Portugal assinar acordos na área do tratamento de toxicodependentes”.

As obras públicas num país que que está em crescimento é outro dos focos de atenção, com construtores, engenheiros e arquitetos em linha de partida. “Há um largo espetro de oportunidades que podemos fazer em conjunto. Estou a tentar colaborar com o vosso embaixador na Indonésia. É impensável fazê-lo sozinho. Temos que colaborar. Uma associação como a AIDA pode ajudar”.

Ultrapassados os momentos tensos vividos no auge da independência de Timor, o diplomata diz que a classe política tem aprofundado as relações bilaterais. “Quero partilhar que as relações estão bem e este momento foi criado com ajuda do Presidente Cavaco Silva e pelo meu presidente. Os acordos de comércio são importantes e agora temos que dar continuidade. Passamos a vida a planear e é importante fazer. Temos que ir em pequenos passos. Busca de informação, um parceiro e dar continuidade ao trabalho”.

Fernando Paiva Castro, presidente da Associação Industrial, revela que há interesse no mercado Indonésio para onde se prepara uma viagem.

“A Indonésia é um mercado de 250 milhões de habitantes. É uma potência económica. Tem boas perspetivas para as indústrias portuguesas. Na economia global a Indonésia quer investir e receber investimento. A missão empresarial é em 2015 mas acreditamos que terá boa adesão. As áreas tradicionais são as mais procuradas como a indústria transformadora, metalomecânica e produtos alimentares”.

O presidente dos Industriais de Aveiro está satisfeito com a dinâmica imprimida por representações diplomáticas que percorrem o país salientando que o aprofundamento de relações depende sempre da vontade de dois países. “O interesse em diversificar os mercados parte dos dois lados. Há um entendimento a ser desenvolvido. A nossa abertura atrai os que nos visitam que respondem à procura e apresentam serviços”.


Diário de Aveiro


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