Marisa Ribeirinho, residente na freguesia de Albergaria-a-Velha, estabeleceu in vitro as condições para a produção alternativa da planta Salicórnia, uma substituta do sal que, desta forma, não fica dependente da sazonalidade, podendo ser utilizada em maior escala, em qualquer altura do ano e em qualquer região ou país.
A ideia surgiu quando a jovem de 24 anos procurava um tema para o relatório final do estágio da Licenciatura em Genética e Biotecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Vendo as potencialidades da planta, a estudante apresentou a proposta de investigação a Fernanda Leal, docente e investigadora do Departamento de Genética e Biotecnologia e, juntas, criaram as condições para a propagação da planta em laboratório de forma assética e com menos contaminações.
A França e a Holanda são os países onde a Salicórnia, já produto gourmet, é muito utilizada nas saladas como substituto do sal e a suas sementes possuem grandes quantidades de iodo, fósforo, zinco e vitaminas A, C e D. Há ainda vários estudos científicos que destacam as suas propriedades antioxidantes, antitumorais e diuréticas.
Dada a importância deste projeto, que permite uma produção em escala a preços mais competitivos, foi feita a candidatura a patente desta forma de produção da Salicórnia e a Câmara Municipal de Vila Real vai atribuir um Voto de Louvor à jovem Albergariense que, atualmente, é aluna de Mestrado em Biologia Clínica Laboratorial na UTAD.
Para Marisa Ribeirinho este desafio for gratificante, porque “cada vez mais os portugueses estão a preocupar-se com a sua saúde e por conseguinte, com os seus hábitos alimentares, tornando-os cada vez mais saudáveis, pois é uma planta que é receitada por médicos a hipertensos, pode prevenir o aparecimento de certas doenças e o envelhecimento precoce. As vantagens de ter desenvolvido o método da produção em cultura in vitro da Salicórnia são várias, ou seja, permite que a planta cresça durante todo o ano em condições controladas de temperatura e luminosidade, e que possa trazer custos mais competitivos no mercado.”
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