Estarreja comemora o 140º Aniversário do Nascimento de Egas Moniz com um concerto este sábado no Cine-Teatro de Estarreja. O espetáculo “Banda Bingre Canelense revisita Richard Wagner” é o eixo central da homenagem uma vez que era uma das peças admiradas pelo médico.
“O deslumbramento pela música de Richard Wagner levou o casal Egas Moniz, alguns anos seguidos, aos festivais de Bayreuth”, conta António Macieira Coelho, sobrinho-neto de Egas Moniz.
Com direção musical do maestro da Banda Bingre Canelense, Nelson Aguiar, o espetáculo conta com a voz de Susana Milena.
Também este sábado, mas às 16h, na Casa Museu decorrerá uma tertúlia animada pelos sobrinhos-netos de Egas Moniz que revisitarão as vivências da sua infância e adolescência, na Quinta do Marinheiro, com o Prémio Nobel.
O único Prémio Nobel da Medicina a atribuído a um Português foi atribuído a Egas Moniz há 65 anos.
O dia 27 de outubro de 1949 é um marco na história de Portugal que recebia pela primeira vez a mais prestigiante distinção internacional. O mérito foi de Egas Moniz (1874-1955), galardoado com o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia, único no país.
Em 1927, ao fim de dois anos de estudo e experiências, Egas Moniz criou o método da angiografia cerebral, que permitia a visualização das artérias do cérebro. Esta técnica revelou-se valiosa para o diagnóstico de doenças no interior do crânio e foi reconhecida com o Prémio de Oslo, em 3 de setembro de 1945.
Em 1935 desenvolveu a leucotomia pré-frontal, uma operação cirúrgica radical de corte da substância branca dos hemisférios cerebrais, com vista a tratar doenças mentais como a esquizofrenia e certas psicoses.
Esta foi a técnica pioneira da psicocirurgia, isto é, do tratamento de problemas psiquiátricos graves através da manipulação orgânica do cérebro. Na época, não havia outras formas de tratamento e aliviamento dos sintomas das esquizofrenias severas. Esta técnica foi usada abusivamente nos anos 40 e 50. Diário de Aveiro |