Associação Desportiva Amoreirense
Sopram ventos de mudança
Manuel Zappa
É um lugar comum a maioria dos chamados clubes pequenos sentir algumas dificuldades em dar sequência à sua estrutura desportiva. Mas há excepções. Um dos bons exemplos vem da Amoreira da Gândara. Quando tudo parecia levar o cunho da dificuldade, eis que surge alguém que dá um safanão na hipotética crise.
Tudo aconteceu com os sócios mais velhos. Questionaram José Luís, então jogador do clube, para que este assumisse a presidência. Este, por sua vez, arranjou nove sócios, entre os quais acabou por figurar o presidente, de seu nome João Dias, que assume pela primeira vez os destinos do Amoreirense, depois de uma experiência como secretário da Associação de Basquetebol de Lisboa.
Dar um safanão na orgânica desportiva e estrutural do popular clube da Amoreira da Gândara, é um dos grandes objectivos, mostrando-se disposto a assumir o cargo por mais um ano, de molde a colocar em prática todas as suas iniciativas. Bonito gesto, sem dúvida alguma, atendendo que cada vez é mais difícil encontrar gente disposta a lutar pelas causas nobres da terra.
A PRÓXIMA ÉPOCA É PARA SUBIR DE DIVISÃO
João Dias aposta forte como presidente: “É uma aposta que quero vencer e, ao mesmo tempo, colocar o clube no lugar que deve estar, tanto ao nível desportivo como das suas estruturas. O objectivo é preparar a equipa para a próxima época. A meta é a subida de divisão”.
O timoneiro do Amoreirense afirmou ainda que “encontrou o clube numa situação normal. Pertencemos a um meio pequeno, é difícil o dia a dia e quem cá esteve deu todo o seu esforço em prol do clube”.
Ao nível das infra-estruturas, a direcção tem alguns projectos em mente, que irão dotar as imediações do campo A.J. Rodrigues de outras condições: “Está em estudo um projecto para a construção, nas traseiras dos balneários, de um ringue para a prática do futsal, como também, na mesma zona, de um parque de estacionamento”.
Mas não é tudo como anuiu João Dias: “É nosso desejo fazer um parque de diversão para as crianças. É um projecto que também está em estudo, embora aqui tenhamos de auscultar, primeiro, a Câmara e Junta de Freguesia, no sentido de nos garantirem as necessárias ajudas. Temos várias hipóteses em agenda no que diz respeito ao local, mas por agora não irei divulgar”.
A direcção entrou em funções em Agosto. De momento, ainda não é conhecido qual o orçamento, porém João Dias avança que a anterior direcção deixou algum fundo de maneio, que tem servido para fazer face às primeiras necessidades, acontecendo o mesmo ao nível de apoios. “Nesta fase têm sido muitos”, comentou João Dias.
A INFLUÊNCIA DE JOSÉ LUÍS
Aos 30 anos, José Luís, que fez praticamente todo o seu percurso futebolístico no Amoreirense, num total de nove anos, tendo ainda jogado nas camadas jovens da Arviscal, Anadia e Académica, e nos seniores do Samel, abraçou o desafio de treinar o clube de Amoreira da Gândara, embora não ponha de parte a possibilidade de jogar, caso seja necessário. A aposta de treinar é com o intuito de não se desligar do futebol e colocar alguma coisa em prática, também para não deixar acabar o clube.
José Luís foi um dos elementos que mais influência teve na feitura da nova direcção. “Costumo frequentar o café Amoreirense e por várias vezes fui questionado pelos sócios mais antigos para formar uma direcção, numa altura em que estava posta de parte a sua continuidade”, disse aquele que é o treinador e ao mesmo tempo dirigente.
Os ditos sócios queriam que ele fosse presidente, mas José Luís avançou que podia arranjar uma direcção, onde não o englobasse como presidente. Foi o que aconteceu: “Fiz as minhas diligências e arranjei nove sócios que acabaram por aceitar para não deixar morrer o clube. Posteriormente, alguns membros da direcção colocaram-me à frente da equipa, tanto para arranjar jogadores, como para ser seu treinador”.
José Luís aceitou, mas reitera que não foi uma tarefa fácil.
O técnico do Amoreirense diz-se preparado para o desafio que lhe foi colocado: “Digamos que é um desafio para colocar em prática as minhas ideias, que passam por tentar que o futebol seja mais bonito e transmitir aos jogadores a experiência adquirida dos 18 anos que levo de futebol”.
Interrogado se os jogadores não o podiam ver mais como um elemento do grupo do que treinador, José Luís afiançou que “fora do campo, sim. Dentro do balneário e no campo, serei bastante exigente e disciplinador”.
Na época passada, o Amoreirense quedou-se pelo último lugar. Na nova época, José Luís espera fazer uma época calma, no meio da tabela, sem pensar em subidas, pois, na sua opinião, há equipas com melhores estruturas e valores.
O plantel foi formado em cima da hora e, na sua perspectiva, terá de ser trabalhado para ficar à margem dos últimos lugares.
PLANTEL
Guarda-redes: Paulo Silva (ex-Paredes), Nuno Tiago (ex-Mogofores) e Gato (ex-Fermentelos).
Defesas: Pedro Baptista, Diogo, Carlos Ferreira, Faísca (regresso), Tozé (ex-Samel), Bruno Sousa (ex-Oliveira do Bairro), Alexandre (ex-Troviscalense) e Meno (ex-Mogofores).
Médios: Chico, Miranda, Hélder, Emanuel, Ivo, Tomé, Zé Ferreira e Brasa (ambos ex-Samel), Peixoto (1.ª inscrição), Armando (ex-júnior do Oliveira do Bairro) e João (ex-Mamarrosa).
Avançados: Abreu, Nuno Resina e Edson (ex-Samel).
Treinador: José Luís.
Treinador adjunto: Toni.
(12 Nov / 11:17) Diário de Aveiro |
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