Foi uma iniciativa de entidades islandesas sobre inovação e qualidade. O Centro Cultural da Gafanha da Nazaré recebeu hoje uma ação organizada pela "Íslandsstofa/Promote Iceland" e "Iceland Responsible Fisheries" com as empresas portuguesas de transformação e comercialização do bacalhau para debater “A inovação e a qualidade do Bacalhau da Islândia, desde a pesca ao marketing”.
Com as recentes imposições da União Europeia no que diz respeito à pesca do bacalhau, com a implementação de taxas admissíveis de captura e quotas consoante a proliferação da espécie nas águas de cada país, o bacalhau islandês pode afirmar-se como alternativa para o mercado português.
Paulo Mónica, secretário geral da Associação de Industriais do Bacalhau, diz não estar preocupado com a eventual redução de quotas e assegura que a Islândia é uma alternativa sustentável dada a estabilidade do stock do bacalhau em águas islandesas.
“O stock islandês está em bom estado. As quotas para a época 2014-2015 subiram ligeiramente e isso é reflexo das condições que tanto cientistas como políticos entendem necessárias no sentido de preservar e garantir a sustentabilidade dos recursos.”
A diretora de marketing do Programa "Iceland Responsible Fisheries", Gudny Karadottir, desvaloriza a questão das quotas e defende que a principal aposta islandesa é na qualidade do bacalhau.
“A verdade é que quase todos os países têm mais cotas do que nós. Mas se quiser qualidade no bacalhau, tem de ir à Islândia. Claro que pode ser mais caro mas nós prometemos um produto melhor.”
Portugal é um dos maiores importadores de bacalhau de todo o mundo. Na perspetiva do responsável pelas importações na empresa Rui Costa e Sousa, há condições para reforçar aposta no bacalhau. A Islândia já foi o maior fornecedor de bacalhau desta unidade empresarial e, segundo o responsável, pode voltar a ser. O tamanho do peixe e qualidade no processamento são as principais valências do bacalhau islandês:
“Nós já fomos o maior importador de bacalhau da Islândia. Depois, por contingências de mercado, fomos abdicando do bacalhau da Islândia em função de outras matérias-primas. Hoje, estamos a repensar as políticas e a regressar ao mercado da Islândia porque é um produto de referência. Por duas razões: é um tamanha de bacalhau que não se consegue em mais lado nenhum; em segundo lugar, os islandeses trabalham muito bem o peixe. Na nossa opinião, as fábricas de processamento da Islândia têm muito cuidado e trabalham melhor o peixe do que a generalidade dos noruegueses, por exemplo.” Diário de Aveiro |