FORMANDOS DA APPACDM SINGRAM NO MERCADO DE TRABALHO

A APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) de Anadia está a completar duas décadas na área da formação profissional e o balanço não poderia ser mais positivo.
Por este espaço já passaram mais de 300 jovens que, pelas mais variadas razões, optaram por esta via de ensino. A maioria está inserida, com sucesso, no mercado de trabalho e o tecido empresarial da região tem sido um aliado imprescindível nesta caminhada.

Quatro cursos de sucesso. Neste momento, são quatro os cursos (carpintaria de limpos, operador agrícola, empregado de mesa e empregada de andares) que existem e que se inserem numa preocupação da reabilitação profissional, funcional e académica, constituindo um fator protetor de transformação e mudança.
Esta resposta formativa tem sofrido, ao longo do seu percurso existencial, transformações, muito significativas, nos seus objetivos e no seu perfil curricular. A última, e a mais profunda, ocorreu em 2010, passando estes cursos a estar inscritos no Sistema Nacional de Qualificações (SNQ).

Dupla certificação. Os cursos atribuem o 3.º ciclo do ensino básico obtido por percursos de dupla certificação. Acrescente-se ainda que as formações têm por base o PDI (Programa de Desenvolvimento Individual) dos formandos, que está de acordo com os referenciais do Catálogo Nacional de Qualificações – sistema que visa integrar e articular as qualificações obtidas no âmbito dos diferentes subsistemas de educação e formação, num quadro único de oito níveis.
No ano passado saiu a “primeira fornada” de alunos com dupla certificação. Maria João Santos, psicóloga da instituição, não poderia estar mais feliz, já que, dos oito formandos que concluíram os cursos, sete estão empregados.
A JB, revelou que estes alunos são encaminhados pelos Agrupamentos de Escolas de Anadia, Oliveira do Bairro, Mealhada e Águeda. Os jovens, com mais de 15 anos, frequentam aulas práticas mas também teóricas, com destaque para áreas como a “cidadania e empregabilidade”, “linguagem e comunicação”, “matemática para a vida” e “TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação”.
Com capacidade para 37 formandos, neste momento frequentam os cursos 15 alunos em carpintaria, 11 no curso de empregado de mesa, 4 no curso de empregada de andares e 7 no de operador agrícola (neste último curso ainda existem algumas vagas por preencher).

Boa taxa de empregabilidade. “São cursos com boa adesão porque na zona estas são áreas que têm melhor cotação e maior valorização”, mas também porque “são cursos onde estes jovens conseguem ser competitivos no mercado de trabalho”, avança aquela responsável, que exemplifica com o caso dos alunos que optam pelo curso de carpintaria, área com grande expressão na região e onde conseguem encontrar rapidamente vaga no mercado de trabalho. Da mesma forma, sublinha que, nos cursos de empregado de mesa e de empregada de andares, a procura, quer por parte dos alunos, quer por parte das empresas é grande, até porque estas formações incluem aulas práticas, em contexto de trabalho, sendo parceiros da APPACDM, o Palace Hotel da Curia, a Estalagem de Sangalhos e o Hotel das Termas da Curia.
Por outro lado, realça que, em muitos dos casos, estes cursos são uma importante ferramenta ou meio para quebrar ciclos de famílias com poucos hábitos de trabalho, mas também cria uma perspetiva de uma vida ativa no mercado de trabalho, com deveres e obrigações, mas também direitos, permitindo que estes jovens tenham uma maior estabilidade.
Presentemente, estão ao serviço destes cursos quatro monitores e quatro professores de formação de base.

Catarina Cerca


Diário de Aveiro


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