A Comissão Europeia propôs hoje as possibilidades de pesca no Atlântico e no mar do Norte para o ano de 2015 e antevê-se corte na pesca do bacalhau que pode ir dos 20% aos 55% conforme as zonas. Trata-se da proposta anual relativa às quantidades de peixes das principais unidades populacionais comerciais que os pescadores da UE são autorizados a capturar durante o próximo ano, baseada pela primeira vez na nova política comum das pescas.
Para algumas unidades populacionais da UE, em regime de rendimento máximo sustentável, como o tamboril e o carapau nas águas ibéricas, o linguado na parte ocidental do canal da Mancha ou o lagostim no mar do Norte, a Comissão propõe o aumento dos Totais Admissíveis de Captura (TAC) que variam entre os 13 e os 70%.
“Estas unidades são histórias de sucesso, tanto para o setor das pescas como para os Estados-Membros envolvidos, pois demonstram que a gestão responsável dos recursos e a tomada de decisões com vista ao rendimento máximo sustentável resultam em unidades populacionais sustentáveis e compensam financeiramente os trabalhadores do setor”, explica a UE.
Quanto aos cortes na pesca em espécies que, segundo a UE, se encontram em condições precárias o destaque vai para o bacalhau. No mar da Irlanda e no Kattegat, o bacalhau está, segundo a UE, “em níveis catastróficos” e a escassez de dados impede uma gestão adequada deste recurso.
“O linguado regista níveis extremamente baixos na parte oriental do canal da Mancha. Os pareceres relativos à arinca e ao bacalhau do mar Céltico preconizam também reduções consideráveis dos TAC, para que estas unidades populacionais possam atingir níveis de rendimento máximo sustentável. O bacalhau da zona oeste da Escócia é um verdadeiro problema, com taxas de devolução extremamente elevadas e ainda em risco de colapso”.
A UE diz que é importante usar técnicas de pesca “mais seletivas”, por forma a não serem capturados juvenis antes de se poderem reproduzir e reconstituir as reservas. “A urgência é particularmente manifesta em relação à pesca no mar Céltico e nas águas ocidentais, onde se impõe um grande esforço para pôr em prática as medidas de seletividade que os cientistas preconizam”.
Faltam ainda pareceres técnicos sobre outras espécies que serão conhecidos até final do ano. Diário de Aveiro |